Cientista brasileiro reconstrói lesão da medula espinhal com uso de células-tronco neurais

Inovando mais uma vez no campo da ciência, a equipe do Dr. Alysson R. Muotri, Ph.D., professor da Faculdade de Medicina e diretor do Programa de Células-tronco da Universidade da Califórnia, e cofundador da startup de biotecnologia TISMOO, conseguiu, pela primeira vez, demonstrar o efeito de células-tronco neurais no tratamento de lesões da medula em um modelo de animal de grande porte. O trabalho completo foi publicado na renomada revista Science Translational Medicine.

O objetivo do estudo é revolucionar uma área da medicina dominada pela biônica. “Não queremos cadeiras de rodas mais sofisticadas, queremos ver o indivíduo voltar a andar com os próprios membros”, explica o Dr. Muotri.

Diferente de tudo que já foi feito, o pesquisador utilizou um modelo de células iPSC halogênico de porcos, cuja a coluna espinhal é muito semelhante com a humana. Essas células então foram reprogramadas a partir da pele dos próprios animais e depois transplantadas, mostrando um bom perfil de segurança, sobrevivência a longo prazo e diferenciação em neurônios maduros e células glias.

“Conseguimos fazer com que as células reprogramadas da pele se tornassem neurônios e glia, e observamos que essa reconstrução permite que o sinal elétrico do cérebro seja reestabelecido na medula espinhal, ou seja, reconstrói a lesão”, comenta o pesquisador.

O próximo passo do estudo agora é checar se os animais conseguirão mesmo andar novamente. Para isso, é preciso treinar esses neurônios que estão na medula e ainda não sabem o que fazer, para se tornarem neurônios motores. Esse processo já está sendo realizado através de treinamento físico-motor.

No passado, esse tipo de pesquisa utilizava células embrionárias ou derivadas de outros indivíduos, portanto, sempre com atenuação do sistema imunológico. Assim, o próprio tratamento para evitar a rejeição, atrapalhava a reconstrução da medula.

Por isso, esse trabalho realizado na Califórnia é um importante passo. As células iPSCs são uma grande promessa para uso clínico no futuro em uma ampla gama de doenças e lesões que afetam a medula espinhal, incluindo trauma, isquemia ou esclerose lateral amiotrófica.

Redação

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