Fisioterapia pélvica traz benefícios para gestantes, principalmente durante o trabalho de parto

Curso de Gestantes. Foto: Fablício Rodrigues

Ao se descobrir grávida, a mulher começa a planejar cada detalhe para que o bebê chegue tranquilamente. O cuidado com a saúde passa a ser prioridade e ela procura um médico, melhora a alimentação, pratica alguma atividade física e, é claro, trabalha a musculatura do assoalho pélvico, certo? Nem sempre. O períneo – como também é conhecido – ainda é, por vezes, negligenciado pela maioria das gestantes durante o pré-natal. Mas, fortalecê-lo é essencial.

Similar a uma “cama elástica”, o assoalho pélvico é um conjunto de músculos, fáscias e ligamentos que fazem a sustentação dos órgãos pélvicos como bexiga, útero, reto, intestino e todo conteúdo que fica na pelve – parte baixa do abdômen.

Durante a gestação, ele é muito exigido por conta do sobrepeso, pelo aumento progressivo do peso do bebê e pela ação dos hormônios, que contribuem para a sua perda de tônus. No parto normal, seu papel é de protagonista. Para se ter uma ideia, o diâmetro da cabeça fetal é aproximadamente quatro vezes maior que o diâmetro em repouso do canal vaginal. Investir em exercícios para essa musculatura é fundamental.

De acordo com a fisioterapeuta em saúde da mulher, Mayara dos Santos Barros, independente da escolha da via de parto (normal ou cesariana), é importante buscar um acompanhamento da musculatura do assoalho pélvico durante o pré-natal.

“Muitas mulheres nunca fizeram uma contração perineal. Com a musculatura do assoalho pélvico fortalecida, há menos riscos de disfunções perineais como incontinências (urinária e fecal) ou o que chamamos de prolapso – condição em que, por falta de sustentação, os órgãos saem de sua posição original”, ressaltou a médica durante Curso de Gestantes do Hospital Santa Rosa de Cuiabá (MT), uma iniciativa que faz parte das atividades do Projeto Parto Adequado.

A funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico envolve componentes como controle, resistência, força e tônus. Tanto que a fisioterapia em gestantes é capaz de prevenir a dor, melhorar a postura, diminuir o risco de lesões, promover uma maior percepção corporal, melhorar a autoestima e proporcionar uma gravidez e parto mais saudável – por auxiliar também no segundo estágio do trabalho de parto.

Segundo Mayara, o parto normal é uma “prova de fogo” para o assoalho pélvico. “Sem treinamento, é como se uma pessoa normal tentasse fazer uma pose de bailarina. A performance não é a mesma. No parto normal, a mulher precisa de uma musculatura forte o suficiente para distender e uma boa capacidade de estiramento que facilite que o bebê saia sem o risco de lesões. Prevenindo, inclusive, a necessidade de uma episotomia (o famoso ‘pique’)”, ressalta.

EXERCÍCIOS – Em gestantes, a fisioterapia pélvica é realizada por meio de exercícios simples de alongamento, fortalecimento e relaxamento da musculatura perineal. Entre eles, está a massagem perineal – que deve ser realizada a partir da 32ª semana de gravidez. Ela consiste em movimentos circulares e em sistema de U, que podem ser realizados pelo fisioterapeuta ou em casa após treinamento.

Outro recurso existente é o Epi-no – um dispositivo que consiste em um balão de silicone que, ao ser introduzido e inflado na vagina da mulher, simula a pressão da cabeça da bebê em processo de parto. Ele irá contribuir para a percepção corporal relativa à força necessária que a mulher precisa desprender no momento de dar à luz, sem ter como adicional o estresse emocional do momento.

No pós-parto, os exercícios perineais têm como objetivo a melhora da tonicidade dos músculos pélvicos, além de fortalecer os músculos abdominais.

Conforme explica a ginecologista e obstetra Caroline Paccola, uma das coordenadoras da especialidade no Santa Rosa e também do Projeto Parto Adequado na instituição, o importante é preparar a mulher para uma experiência gestacional e de parto bastante positiva.

“O recomendado é que a gestante inicie um acompanhamento com fisioterapeuta ainda no pré-natal, evite o ganho de peso excessivo e, no trabalho de parto (via normal), escolha as posições mais adequadas – entre elas, está o parto verticalizado, que tem como aliado à própria gravidade. Há também uma busca pela conscientização sobre os métodos [farmacológicos ou não] que facilitam a chegada do bebê ao mundo e reduzem a dor física, o que torna o parto menos traumático ambos – mãe e criança”, enfatiza.

ESTRUTURA – O Santa Rosa apresenta em sua estrutura uma suíte PPP (Pré-parto, Parto e Pós-parto) com ambientação para redução de ruídos e iluminação adequada, banheira, bola, banqueta ergonômica, barra espaldar (métodos não farmacológicos de alívio de dor) e um moderno equipamento de anestesia, que proporciona maior segurança ao local. Durante todo o processo de parto a gestante poderá contar com a presença de um acompanhante.

Além disso, a instituição conta com uma equipe de enfermeiras obstetras e berçaristas; plantão de anestesistas de corpo presente e obstetras 24 horas; pediatras de sobreaviso para recepcionar os recém-nascidos; e UTI Neonatal e Adulta para garantir toda segurança necessária à mãe e ao bebê durante e após o procedimento. Vale destacar que visitas guiadas para gestantes e acompanhantes também podem ser agendadas no hospital por meio do contato (65) 3618-8000.

Redação

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