Hospital Felício Rocho realiza primeiro transplante de órgão por cirurgia robótica em Minas Gerais

Uma grande inovação tecnológica da medicina mineira contribui ainda mais para reafirmar o amor de família. Um filho acabou de ser submetido ao primeiro transplante de órgão feito por cirurgia robótica para salvar a vida de seu pai. Essa cirurgia, que aconteceu no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG), foi a primeira da história de transplantes de rim realizado no estado de Minas Gerais e o segundo no Brasil

Ademar Alves Ferreira, de 60 anos, sofria com insuficiência renal há quinze anos. Seu quadro era bastante complicado. Ao longo dos últimos dezessete meses, ele era submetido a sessões de hemodiálise três vezes por semana.  Após tanto sofrimento, exames feitos pelo corpo clínico do Hospital Felício Rocho concluiu que o paciente precisaria de um transplante e os testes de compatibilidade acusaram que seu filho, Daniel Henrique de Figueiredo Alves, de 27 anos, seria a pessoa mais indicada para o procedimento.

O transplante foi recomendado pelo médico urologista Dr. Marco Túlio Lasmar que foi quem realizou a cirurgia. “O Felício Rocho já é o maior realizador de laparoscopias no Estado e possuímos todo o aparato necessário para dar esse salto. Com a concordância dos familiares, optamos pela realização do transplante utilizando a tecnologia robótica, uma vez que, além de inovador, esse tratamento é muito benéfico para quem está doando o órgão”, explicou Dr. Marco Túlio.

O procedimento foi uma nefrectomia de doador renal robótica, realizada no abdômen do doador sendo retirado o rim para ser transplantado no paciente receptor. Basicamente, o médico fez pequenas incisões no doador e inseriu os braços mecânicos do robô. Logo depois, o cirurgião com o auxílio do robô dissecou todo o rim, que uma vez liberado foi removido para ser entregue para implante no receptor. Dr. Marco Túlio fez um pequeno corte, esteticamente pouco visível,  para remoção do rim  e direcionamento ao receptor.

Entre os benefícios que o novo método oferece, está o menor trauma cirúrgico, ressaltando que o doador é uma pessoa saudável que está fazendo um ato altruísta. “Essa é uma cirurgia menos invasiva e com dissecção de estruturas mais fina e delicada. Ela agride menos quem está doando o órgão e proporciona uma recuperação mais rápida com menos dor no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades habituais, esclarece o cirurgião. “Essa pode ser, inclusive, uma opção para aumentar o número de doadores e diminuirmos o tempo de espera nas filas”, conclui.

A plataforma robótica é de uma precisão gigantesca e é usado em muitos outros tipos de cirurgia, de várias especialidades médicas, com resultados muito satisfatórios. Tudo isso porque ele atua com uma visão tridimensional, magnificada, que capta detalhes anatômicos de uma forma ampliada e com ótima qualidade de imagem, além de uma maior amplitude de movimentos.

A cirurgia durou cerca de três horas e correu bem, sem nenhum imprevisto. O procedimento é tão inovador que o filho Daniel, já receberá alta em torno de 24 horas, enquanto Ademar, o pai, permanecerá em observação por em aproximadamente 5 dias. O efeito positivo observado logo de início é o reflexo do quanto a robótica contribui para a recuperação.

Dr. Marco Túlio Lasmar, comemora o resultado e planeja desenvolver ainda mais essa nova tecnologia da medicina. “Depois de ver esse resultado tão satisfatório, me arrisco a dizer que o Hospital Felício Rocho irá além. O próximo passo será realizar um transplante inteiramente robótico, tanto para o doador quanto para o receptor, e não apenas no caso do doador como desta vez. Essa opção já vem sendo feita com êxito mundo a fora, principalmente na Índia, e nós também teremos o nosso momento em breve”, assinala o urologista.

Redação

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