Hospital mineiro é o segundo no mundo a realizar transplante de fígado com sucesso em caso grave de febre amarela

O Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG), foi o segundo no mundo a realizar o transplante de fígado em casos graves de febre amarela, com sucesso, alcançando o melhor resultado em sobrevida (50%). Pioneiro e inovador na ciência de transplantação, nos últimos dois anos, o hospital realizou cerca de 442 transplantes. Os órgãos transplantados foram de fígado, rim, pâncreas, coração e medula óssea.

No mês de fevereiro, um grupo de especialistas brasileiros envolvidos nos transplantes de fígado, em parceria com o Ministério da Saúde, definiram critérios específicos para os casos de troca de órgão em pacientes com a febre amarela. Segundo os médicos, a principal diferença entre os pacientes que sobreviveram e os que morreram foi o momento em que o transplante foi realizado.

“Os que tiveram êxito, foram encaminhados para transplante mais precocemente – e quando falo precoce, são apenas um ou dois dias de diferença, o que dá uma ideia do quanto a situação era dramática”, afirma Antônio Márcio de Faria Andrade, responsável técnico pelo transplante de fígado do Hospital Felício Rocho, onde quatro pacientes foram transplantados, e dois sobreviveram.

De acordo com Antônio Márcio Andrade, um dos critérios adaptados para esses pacientes foi referente ao grau de comprometimento cerebral causado pela falência do fígado, a chamada encefalopatia hepática. “Em casos de hepatite fulminante por outras causas, nós indicamos o transplante com comprometimento (máximo) grau 3 ou 4. No caso da febre amarela, o paciente já pode ter indicação com comprometimento grau 1, tamanha a agressividade da doença”, afirma.

De acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), no dia 7 de fevereiro, foram confirmadas 353 pessoas com febre amarela, totalizando 98 mortes provocadas pela doença entre 1º de julho de 2017 e 6 de fevereiro de 2018. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 509 casos e 159 óbitos. No Brasil, a febre amarela apareceu pela primeira vez em Pernambuco, no ano de 1685, onde permaneceu durante 10 anos.

Redação

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