Hospital Moinhos de Vento realiza cirurgia robótica torácica inédita no Sul do Brasil

Mais um importante passo tecnológico da medicina gaúcha e, sobretudo, no tratamento de câncer de pulmão em fases iniciais, ocorreu em 14 de novembro no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS). Pela primeira vez no Sul do Brasil foi realizada uma lobectomia pulmonar robótica. A cirurgia, que durou pouco mais de uma hora, foi considerada um sucesso e abre caminho para novos procedimentos do gênero na instituição.

A paciente, uma mulher com um nódulo pulmonar que estava aumentando de tamanho, se recupera bem e poderá ter alta ainda neste fim de semana. Tanto o tempo de duração da intervenção como o de recuperação são menores se comparados às cirurgias tradicionais. “Isso é possível porque o uso dessa ferramenta causa menos sangramento no pós-operatório. Outra vantagem é que, como o aparelho é tridimensional, protege o espaço entre as costelas por onde entra, dói menos e a recuperação é mais rápida”, explica Airton Schneider, cirurgião que coordenou o procedimento na quarta-feira.

Para Schneider, com a utilização de robôs as cirurgias terão cada vez mais segurança e precisão, com menos dor ao paciente e maior rapidez na recuperação. “A robótica é mais uma ferramenta para tratar câncer de pulmão em fases iniciais com segurança e qualidade, algo de grande relevância por se tratar de uma patologia tão comum e tão mortal em nossa sociedade. A partir de agora, o Hospital Moinhos de Vento também está habilitado a fazer essas cirurgias robóticas torácicas”, conclui o cirurgião.

“A cirurgia robótica marca uma nova era na medicina. O Robô Cirúrgico da Vinci proporciona uma maior amplitude de movimento, destreza e precisão que podem ser maximizados por um cirurgião experiente”, assinala André Berger, líder do programa de Cirurgia Robótica do Hospital Moinhos de Vento e professor de Urologia na University of Southern Califórnia, nos Estados Unidos, com mais de 2 mil cirurgias realizadas com a técnica robótica.

Como funciona

Durante o procedimento de cirurgia robótica, o médico controla as ações do robô por meio de um console, como se fosse sua própria mão, porém com visão tridimensional, importante para dar a dimensão de profundidade. A máquina também tem dispositivos que impedem movimentos acidentais bruscos e, por ter uma rotação de 360°, alcança espaços e estruturas internas com mais eficácia e menos danos.

Até então, intervenções desse tipo só haviam sido realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Fortaleza. Para realizar a cirurgia, os médicos passaram por um processo de credenciamento e capacitação junto à empresa que comercializa o aparelho, além de encontros com especialistas em cirurgia robótica em Nova York, nos Estados Unidos.

Redação

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