Medicina baseada em evidências é tema de parceria da FMP/Fase e Universidade de Oxford

Considerada a união entre a boa pesquisa científica e a prática clínica, a medicina baseada em evidências (MBE) cresce no país, mas precisa ser mais divulgada nos cursos da área da saúde. O ensino adequado de MBE é um elemento fundamental para cuidados coerentes e fundamentados nas evidências científicas, segundo especialistas reunidos recentemente no curso Ensinando Medicina Baseada em Evidências, na Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase), no Rio de Janeiro, promovido em parceria com a Universidade de Oxford.

Os organizadores explicam que esse é um dos cursos mais procurados da instituição britânica, sendo oferecido apenas uma vez ao ano e que pela primeira vez foi ministrado em outro país. Em Oxford, é parte da grade ofertada para alunos de mestrado e doutorado em Saúde Baseada em Evidências da universidade. “Estou muito feliz e animado de estar no Brasil, pois é muito gratificante passar os conhecimentos que adquiri ao longo desses dez anos atuando na área. Criar esse movimento de ensino na faculdade e no Brasil é inspirador. Tenho uma conexão muito forte com o país e estou entusiasmado com essa nova aliança”, frisa David Nunan, pesquisador sênior da Universidade de Oxford.

Estabelecida através da Oxford-Brazil EBM Alliance, a parceria de cooperação científica com a universidade britânica terá a FMP/Fase como instituição acadêmica de referência no país. Para a faculdade, essa parceria abre a oportunidade de intercâmbio de ensino e pesquisa no âmbito da graduação e pós-graduação com uma instituição de ponta, referência em medicina, que figura entre as melhores no ranking mundial e é uma das pioneiras no ensino de MBE. A metodologia facilita o cuidado mais racional de saúde não só para medicina, mas para enfermagem, nutrição e todas as áreas envolvidas no cuidado com a saúde.

“Nós viabilizamos a parceria exatamente para essa troca de conhecimentos. Além dos cursos, temos o interesse de intercâmbio, participação conjunta em pesquisas e trabalhos científicos envolvendo todo o corpo docente e discente da FMP/Fase. Esse foi o primeiro curso da parceria acadêmico-científica Oxford-Brazil EBM Alliance, focado em capacitar professores e profissionais de saúde para que desenvolvam suas habilidades no ensino de MBE em suas instituições. Acredito que a aliança de cooperação abrirá portas para alunos e professores que tenham interesse em programas de extensão e pós-graduação na Universidade de Oxford, além de projetar nacional e internacionalmente a FMP/Fase como um centro de referência na área”, diz o médico Luís Eduardo Fontes, professor da faculdade e codiretor da Oxford-Brasil EBM Alliance.

Segundo ele, o ensino adequado de MBE é um elemento fundamental para a prática clínica e de cuidados de saúde mais coerentes e fundamentados nas melhores evidências científicas, levando em consideração os valores individuais dos pacientes e a experiência clínica do profissional. O curso multidisciplinar reuniu médicos, dentistas, fisioterapeutas e psicólogos, em Petrópolis. Diversas universidades de todo o país foram representadas, além de profissionais envolvidos com ensino em instituições como Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (INTO), Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio-Libanês.

“O primeiro ponto que precisa ser levantado é que o fato de ter capacitação de ensino médico já é uma coisa mais rara no Brasil. Se pensarmos que está trazendo um curso inovador, inédito, que além de capacitar os profissionais em um método de ensino também orienta os professores em como devem ensinar a Medicina Baseada em Evidências, isso traz orgulho para quem está participando do processo desde o começo. O curso mostra a importância de capacitar o médico para ensinar, porque o ensinar a avaliação crítica, os desenhos de estudo e a interpretar uma evidência científica deve fazer parte da vida de qualquer profissional da assistência, porque ele consegue avaliar de modo sistemático e crítico a informação que chega. Isso é fundamental para tomar uma conduta que reduza a incerteza na prática”, avalia a médica Rachel Riera, professora de MBE na Unifesp e membro do núcleo de avaliação de tecnologia em saúde no Sírio-Libanês.

Redação

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