No Dia Mundial do Câncer, IBCC divulga novo estudo sobre câncer de ovário que alerta médicos para remoção de linfonodos

Dr. André Lopes é cirurgião oncológico e responsável pela condução do estudo. Foto: ACS IBCC

O cirurgião oncológico do Departamento de Ginecologia do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, de São Paulo (SP), Dr. André Lopes, é autor de uma pesquisa clínica sobre o impacto prognóstico e resultados da remoção dos linfonodos cardiofrênicos, (localizados entre o coração e o diafragma) em câncer de ovário avançado. Foi constatado que médicos precisam considerar estes linfonodos como possível local de metástase e remove-los quando suspeitos.

O estudo foi publicado nesta edição (janeiro 2019) do International Journal of Gynecological Cancer e foi essencial para um estadiamento mais adequado da doença e serve de alerta nesse Dia Mundial do Câncer, comemorado em 04 de fevereiro. Pelo IBCC, outros quatro especialistas participaram da pesquisa: dra. Vivian Sartorelli, dr. Gabriel Lowndes de Souza Pinto e dr. Ronaldo Lúcio Rangel Costa.

A pesquisa contou com a participação de 30 pacientes do sexo feminino com diagnóstico de carcinoma epitelial de ovário avançado que passaram pela remoção deste grupo de linfonodos, localizados fora da cavidade abdominal. De acordo com o dr. André Lopes, muitos médicos não realizam a remoção dos linfonodos por não entenderem que pode ser câncer.

“Com o estudo constatamos que os linfonodos cardiofrênicos podem ser sitios de metástases, não devendo passar despercebidos, sendo a remoção necessária em casos suspeitos para não deixar doença residual. Por ser um local não tão comum de doença metastática, eles podem não serem reportados nos exames de estadiamento”, explica.

O estudo foi conduzido pelo Centro de Pesquisa Clínica do IBCC e submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. “Todas as pacientes receberam consentimento informado sobre o procedimento cirúrgico realizado. O estudo realizou a coleta de dados em prontuário, sem qualquer mudança ou intervenção no tratamento das pacientes”, relata Alayne Yamada, analista de Pesquisa que acompanhou o estudo.

Os resultados do estudo podem trazer significativa contribuição para a literatura e melhor entendimento da doença, uma vez que atualmente a evidência é limitada sobre os resultados a longo prazo nas pacientes que apresentam metástases nos linfonodos cardiofrênicos. Há um pequeno número de casos reportados.

Redação

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