O tabu do parto humanizado

A gravidez é um momento único para a mulher, contudo, ele pode ser repleto de dúvidas que vão desde o pré-natal até a tão esperada hora do parto. Visando a autonomia da mulher, o parto humanizado aparece como uma opção para as gestantes, mas muitas interpretações sobre o que de fato é essa prática ainda estão equivocadas. Por isso, um dos desafios da equipe composta por Fabiana Garcia, Paulo Noronha, Bianca Rocha e Mariana Chagas é nadar contra a maré e mostrar que uma das grandes preocupações do parto humanizado é a segurança da gestante e seu bebê.

Após um longo período de parceria, os quatro profissionais resolveram abrir um espaço próprio com tudo o que a mulher precisa antes, durante e após a gravidez. Assim nasceu o Espaço MAE (protagonismo da Mulher, Acolhimento e medicina baseada em Evidencias). “Nós queremos que o local tenha tudo: atendimento obstétrico, pediátrico, plantão de aleitamento materno, fisioterapeutas, nutricionistas, professores de yoga. No espaço, as gestantes serão acolhidas para que não se sintam inseguras e esclareçam todas as dúvidas sobre o parto, fazendo valer sua autonomia e desenvolvendo um vínculo com os profissionais. Além de tudo isso, nós estaremos 24h disponíveis para as pacientes”, comenta a obstetriz Bianca Rocha.

Fabiana, Paulo, Bianca e Mariana se conheceram através de atendimentos de parto e grupos sobre humanização. Todos resolveram seguir esse caminho após não se identificarem com a maneira como os partos são feitos no sistema tradicional dentro de um cenário predominantemente cesarista. De acordo com Paulo Noronha, médico com especialização em ginecologia e obstetrícia, o parto humanizado preserva os direitos da mulher. “É um modelo que não julga, que acolhe, que acredita que o ato do nascimento é fisiológico e que, por esta razão, é tratado com naturalidade, usando a tecnologia e as intervenções com parcimônia. Tudo feito com seriedade e embasado nas melhores evidências científicas para se assegurar o bem estar da paciente e do bebê”, explica.

É importante ressaltar que parto humanizado não pode ser entendido como um tipo de parto, mas sim como um processo que envolve boa assistência e autonomia de escolha. “O parto humanizado não deve ser entendido como um parto que tenha música, intensidade da luz controlada ou o uso da banheira, são ferramentas úteis que as mulheres podem decidir usar ou não. Muitas mulheres não querem nada disso. Nós prezamos por acolhimento”, conta a obstetra Fabiana Garcia.

Já a enfermeira Mariana Chagas, que é especializada em obstetrícia, ressalta que “se trata de um atendimento de pré-natal individualizado onde, além da solicitação dos exames, a mulher é ouvida e recebe informações sobre parto para que ela possa tomar decisões compartilhadas junto com a equipe. E por ser um pré-natal que envolve uma equipe multidisciplinar, cada profissional pode dar o seu melhor para aquela mulher”.

O espaço será inaugurado em março de 2019 no bairro Paraíso, em São Paulo (SP).

Redação

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