Organização Pan-Americana de Saúde alerta para novos surtos de dengue em 2019

Após um período de baixa nos casos de dengue registrados na América Latina, a Organização Pan-Americana da Saúde alerta sobre um novo aumento de ocorrências em alguns países da região. Até o dia 10 de novembro, o ano de 2018 havia contabilizado 446.150 relatos (incidência de 45,9 por 100.000 habitantes), incluindo 240 mortes. Especificamente no Brasil, até a 49ª semana epidemiológica (10/12/2018), foram registrados 247.393 casos prováveis de dengue no país, com uma incidência de 118,7 casos/100 mil hab, contra 239.389 contabilizados durante todo o ano de 2017.

Apesar de o número de casos na América Latina até agora ser semelhante ao de 2017 (581.207), o valor registrado poderá ser superado se essa tendência se mantiver. Em relação aos períodos anteriores, o total de ocorrências no ano passado foi menor do que em 2016 (2.178.929) e o mais baixo nos últimos 10 anos. No entanto, a proporção de casos de dengue grave relatados em 2017 é maior do que nos dois anos anteriores. A dengue é uma doença cíclica, nos anos de 2004 e 2005, que tiveram baixa circulação, foram registrados 70 mil e 147 mil casos, respectivamente, e na sequência em 2007 foram registrados quase 500 mil casos, um aumento de 7 vezes frente a 2004. Existe uma clara tendência de aumento de acasos no longo prazo, em 2015 e 2016 foram registrados 1,7 milhão e 1,5 milhão de casos, respectivamente.

Atualmente, quatro sorotipos de vírus da dengue estão circulando simultaneamente em alguns países, o que aumenta o risco de doença mais grave e sobrecarrega os serviços de saúde. De 2008 a 2017, a dengue custou ao Brasil R$ 12,7 bilhões, levando-se em consideração a perspectiva da sociedade e do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é a conclusão de uma análise de longo prazo que avaliou o impacto econômico da doença no país.

Para chegar a esse valor, os pesquisadores usaram como base um estudo multicêntrico realizado entre agosto de 2012 e setembro de 2013, em seis capitais brasileiras – Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Recife, Teresina e Belém. Como essa análise inicial foi realizada em um período de um ano, índices inflacionários foram empregados para estimar o montante empregado nos anos anteriores e subsequentes. Considerando que não houve grandes diferenças nos recursos utilizados para tratar casos de dengue nos últimos 10 anos.

A pesquisa concluiu ainda que cada paciente ambulatorial custa para a sociedade R$ 392, enquanto que, o paciente hospitalizado, custa R$ 1016 – valores referentes ao ano de 2013, ou seja, sem correção pela inflação. Nos anos de maior incidência da doença, entre 2014 e 2016, o custo chegou a R$ 3,7 bilhões.

Por isso, é muito importante que as ações implementadas para controlar a proliferação do vetor, o Aedes Aegypti, sejam eficazes e tenham como objetivo a prevenção e o controle. A expectativa do aumento no número de casos da forma mais severa da doença também é um fator de preocupação, a medida em que contribui para a multiplicação de internações.

Além das práticas de combate ao mosquito, atualmente a vacina contra a dengue é uma maneira eficaz e segura de evitar a doença, sendo recomendada para áreas endêmicas, como é o caso do Estado do Paraná, que teve a iniciativa de conduzir uma campanha de vacinação contra a doença em municípios de maior endemicidade.

Redação

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