Pesquisa sobre prognóstico de câncer oral ganha prêmio de inovação

Um trabalho de pesquisa que abre caminho para aperfeiçoar tratamentos de câncer oral acaba de receber o Prêmio Inovação do Grupo Fleury (PIF). O artigo científico coordenado por especialistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), originalmente publicado na revista Nature Communications , conquistou tanto a preferência do juri técnico quanto a maioria dos votos votos populares na categoria Artigo Científico na quarta edição do prêmio.

O trabalho de pesquisa beneficia particularmente pacientes que buscam melhores alternativas de tratamento para o carcinoma oral de células escamosas, chamado de câncer oral, o tipo mais comum de tumor maligno de cabeça e pescoço. A cada ano são diagnosticados cerca de 300 mil novos casos em todo o mundo, com taxa de mortalidade de 145 mil pacientes no mesmo período.

O tratamento é desafiador porque as respostas aos tratamentos convencionais apresentam uma variação muito grande de resultados. Para se ter uma ideia, as taxas de recorrência dos tumores podem variar entre 18 e 76% entre pacientes.

Estudos coordenados pelo Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM) em parceria com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e Faculdade de Odontologia de Piracicaba, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S.Paulo (Fapesp), caminham para identificar, quantificar e compreender a relação entre proteínas, progressão de tumores e tratamentos.

O mais recente resultado obtido, que será tema de artigo na revista Nature Communications, foi a identificação de marcadores de prognóstico robustos a partir do mapeamento de proteínas observadas em 120 amostras de tecidos tumorais da língua de 20 pacientes que foram acompanhados por 5 anos. Os dados foram confirmados em aproximadamente 800 casos de tecidos e em 120 amostras saliva de 40 pacientes. A publicação destaca como a combinação de fases de descoberta e verificação em diferentes tipos de amostras resultou em maior confiabilidade na validação dos alvos, em outras palavras a correlação entre os níveis da proteína e a gravidade da doença.

De acordo com a coordenadora do estudo, Adriana Paes Leme, que trabalha no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), entre os objetivos dos estudos futuros se pretende compreender os mecanismos de ação das proteínas distribuídas pelas diferentes áreas do tumor. “O que buscamos saber também é se a presença dessas proteínas são a causa ou resultado de processos”.

A identificação de marcadores ou assinaturas moleculares é fundamental para que oncologistas consigam superar as limitações dos exames clínicos e tenham parâmetros seguros para estabelecer estratégias de tratamento mais personalizadas e eficientes.

Prêmio Inovação do Grupo Fleury (PIF)

O Prêmio Inovação do Grupo Fleury (PIF) está em sua quarta edição e, com o apoio da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI), tem o objetivo de reconhecer trabalhos inovadores e dar destaque à pesquisa translacional, que começa na ciência básica e resulta na aplicação prática do conhecimento.
A pesquisadora do CNPEM Carolina Moretto Carnielli, vencedora na categoria Artigo, recebeu um troféu e prêmio de R$ 5 mil.

Projeto Sirius

Em breve, com o início da operação do projeto Sirius, o novo acelerador de elétrons do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), será possível aprofundar ainda mais os conhecimentos nessa linha de pesquisa para caracterização estrutural das proteínas reveladas nesse estudo.

Redação

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