Pesquisadores afirmam ter encontrado a cura do câncer

Uma pesquisa divulgada nesta semana rapidamente viralizou na imprensa e mídias sociais de todo o mundo por apontar que havia sido descoberta a cura definitiva do câncer. Apesar de animadora, contudo, a informação não pode ser considerada ainda uma realidade. O oncologista Bernardo Garicochea, do Grupo Oncoclínicas, explica que sempre que um grupo alega ter encontrado ou estar prestes a encontrar a cura do câncer, é preciso olhar com cuidado para essa informação.

Além de a análise ter levado em conta apenas testes em ratos e, portanto, não ser possível ainda afirmar com convicção que a técnica empregada seria eficaz em seres humanos, os pesquisadores ainda apresentaram poucas evidências científicas para defender suas alegações.

“Nós conhecemos mais de 200 tipos de câncer e para cada um deles há um tratamento diferente. Um remédio que cure todos os tipos é pouco provável e mesmo que aconteça, as pesquisas desse nível podem levar cerca de 10 a 15 anos para serem testados em pacientes”, explica o oncologista.

A própria Sociedade Americana de Câncer publicou uma nota em seu site explicando que provavelmente, as informações passadas pelos cientistas não são verdadeiras.

Entenda a pesquisa

Cientistas da startup israelense Accelerated Evolution Biotechnologies (AEBi), afirmaram ao jornal The Jerusalem Post que desenvolveram um composto capaz de curar o câncer em menos de um ano, sem efeitos colaterais e com um custo menor do que os tratamentos atuais.

Denominado de MuTaTo (multi-target toxin, ou toxina de múltiplos alvos), o tratamento é similar ao coquetel da AIDS, isso porque ele utiliza uma combinação de diversas biomoléculas que destroem as células cancerígenas ao mesmo tempo. De acordo com os pesquisadores, esse medicamento é mais eficaz porque evita que as células sofram mutações e se tornem resistentes aos medicamentos durante o tratamento.

De acordo com os cientistas, os testes in vitro e com roedores com as células humanas cancerígenas tiveram sucesso e nos próximos anos já devem iniciar os testes em humanos.

O oncologista Bernardo Garicochea reafirma, “O câncer não é uma doença única, cada uma ocorre por diferentes combinações genéticas e é possível ter até milhares de mutações de DNA em seus genomas. Afirmar ter achado a cura do câncer sem ter fundamento é além de desfavorável para toda a comunidade de pesquisadores que estão em busca de novos tratamentos, como um desrespeito com os pacientes”, finaliza.

Redação

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