Sarampo exige vigilância constante com vacinação

Dados do Ministério da Saúde revelam que, desde o início deste ano até agora, foram confirmados 10.197 casos de sarampo no Brasil. O país, que em 2016 foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um país livre do sarampo, hoje enfrenta dois surtos da doença: no Amazonas com 9.724 casos confirmados e, em Roraima, com 349 casos. Três estados apresentaram óbitos pela doença: quatro em Roraima, seis no Amazonas e dois no Pará.

Extremamente contagioso, o sarampo volta a preocupar as autoridades sanitárias brasileiras. Os surtos ocorridos esse ano estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no Brasil é o mesmo que circula na Venezuela, país com surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados, e também relacionados à importação, foram identificados nos estados do Rio Grande do Sul (45), Pará (44), Rio de Janeiro (19), Pernambuco (4), Sergipe (4), São Paulo (3), Rondônia (2), Bahia (2) e Distrito Federal (1).

A grande preocupação com o sarampo está na combinação de dois fatores considerados explosivos: o alto poder de contágio do vírus e o risco de complicações e morte, principalmente para as crianças. “Entretanto, apesar de potencialmente grave, essa doença pode ser facilmente prevenida pela vacina”, alerta o médico infectologista Jaime Rocha, da Unimed Laboratório.

Rocha explica que a transmissão do sarampo é igual a de um resfriado comum, por meio do ar. “Após entrar no corpo pelo sistema respiratório, o vírus se estende por outros sistemas, causando diversos sintomas como febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, diarreia, tosse, conjuntivite e pequenos pontos brancos na mucosa da boca”.

As mortes causadas pelo sarampo estão relacionadas a complicações da doença. Entre essas complicações estão as neurológicas (encefalites), a desidratação consequente de diarreia intensa e a pneumonia. Crianças menores de 5 anos, mulheres grávidas e pessoas imunodeprimidas são grupos especialmente de risco porque estão mais propensos a desenvolver complicações.

“Não existe medicação própria para o sarampo, o tratamento é apenas sintomático e existe sempre o risco de complicações. Por isso, o melhor é sempre a prevenção por meio da vacina”, comenta o infectologista.

Duas doses da tríplice viral ou da tetra viral (que além do sarampo, rubéola e caxumba, também protege contra a varicela) são suficientes para imunizar a pessoa contra o sarampo pelo resto da vida.

Redação

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