A empresária Jéssica Maffessoni Calderan, 31 anos, é a mãe das gêmeas Helena Regina e Amália Carolina, de sete meses de vida, que ainda estão amamentando. “O leite materno é um alimento primordial para prevenir contra doenças nas bebês. Além de auxiliar no desenvolvimento ele contém todos nutrientes que elas precisam, por isso enquanto eu tiver leite continuarei amamentando. Apenas por serem duas precisamos inserir complementação alimentar para auxiliar no desenvolvimento delas”, explica.
Jéssica relembra que no começo contou com auxílio de uma consultora de amamentação, prestação de serviço que recebeu gratuitamente e foi viabilizada pela pediatra. “Por ser mãe de primeira viagem a visita dela em casa foi bem importante para esclarecer dúvidas sobre minha postura, posicionamento, pega e sucção do bebê, ordenha e cuidados com a mama”, comenta.
Por ser mãe de gêmeas, Jéssica precisava intercalar a amamentação das meninas no primeiro mês de vida delas, quando o intervalo das mamadas era de três em três horas, independentemente se estivessem acordadas ou dormindo, o que resultava em apenas uma hora para descansar. “Desde a primeira semana tive muito leite e para estimulá-lo sempre priorizei uma alimentação saudável e equilibrada associada a uma boa ingestão de água. Mas também sempre tive em mente de que não poderia criar expectativas relacionadas ao tempo em que conseguiria amamentar por ter gêmeas”, destaca. Atualmente, as meninas estão com peito livre demanda, complemento e já começaram a introdução alimentar.
Esse relato reforça a importância de buscar informações, esclarecer as dúvidas sobre amamentação e ter uma rede de apoio (família e profissionais) para se amparar em momentos de dificuldades. Para auxiliar nesse processo no pós-parto e também na continuidade da amamentação no retorno ao trabalho a Unimed Chapecó (SC) mantém medidas permanentes de orientação e de incentivo porque o leite materno é o único alimento completo, que traz todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê e para prevenção de doenças nos primeiros meses de vida.
Exemplo dos serviços disponíveis, segundo a pediatra especialista em gastroenterologia e médica cooperada Dra. Margarida Alba Winckler, é o Ambulatório de Amamentação criado em janeiro deste ano para oferecer apoio individual e personalizado às mães. Entre as ações realizadas estão consulta de pré-natal sobre amamentação, suporte e acompanhamento no pós-parto, uso de técnicas alternativas e de acessórios adequados para amamentação, prevenção e manejo de problemas (mamas doloridas, vermelhas e quentes; presença de fissuras ou feridas; leite “empedrado” e diminuição do volume do leite) e tratamento com laserterapia.
BENEFÍCIOS
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios. Segundo o Ministério da Saúde, crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, incidência de diarreias, doenças respiratórias e otites, além de menores chances de desenvolver obesidade e diabetes. Para a mãe os benefícios de amamentar estão relacionados à prevenção do câncer de mama, do câncer de ovário e de osteoporose, além de contribuir na recuperação pós-parto e reduzir o risco de sangramento pós-parto e depressão. No ponto de vista da família o aleitamento materno promove a harmonia no lar por oferecer suporte emocional para o bebê e sua mãe, ao estreitar o vínculo e ampliar o afeto.
INDICADORES
Dra. Margarida explica que não há pesquisas recentes que mostrem as taxas de aleitamento materno no Brasil ou que representem o impacto da pandemia de covid-19 neste ato. Contudo, observa que pelos relatos dos atendimentos nos consultórios o trabalho on-line das mães e o maior tempo em casa favoreceram para a melhora do aleitamento materno exclusivo.
Este mês é dedicado ao incentivo à amamentação – o Agosto Dourado – porque o leite materno é considerado como alimento “ouro” para os bebês. A iniciativa foi criada em 1992 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Unicef. No Brasil, neste ano a Campanha Nacional de Amamentação tem como tema “Apoiar a amamentação é cuidar do futuro”.
