Impressão 3D na medicina já é uma realidade acessível

Antes da invenção da penicilina, em 1928, pouca gente poderia imaginar que, futuramente, doenças como pneumonia e tuberculose deixariam de ser fatais, graças aos antibióticos. Da mesma forma, era difícil acreditar na possibilidade de ver órgãos por dentro e até mesmo saber o sexo do bebê ainda na barriga da mãe, antes da descoberta dos exames de imagem. Atualmente, um dos grandes avanços da medicina é o uso da impressora 3D. No entanto, para muita gente esse avanço científico parece distante e inacessível. Não é bem assim. “Hoje esse é um recurso bem mais próximo. Mas a tecnologia ainda é um pouco complexa, demanda do médico conhecimentos de informática, desenho em três dimensões, uso de diferentes softwares, entre outros”, detalha o neurocirurgião do Hospital CEMA, Joel Augusto Teixeira.

O médico explica que a chegada da impressora 3D nos consultórios e centros cirúrgicos é um avanço importante, principalmente, por dar mais precisão no diagnóstico e nas cirurgias. “Os exames de imagem utilizados hoje são apresentados em duas dimensões de cada vez. Isso significa que o médico tem que criar na mente a visão de como é o órgão em três dimensões. Por melhor que seja o raciocínio, muitos dados ficam faltando, a análise fica incompleta”, afirma ele. No entanto, com a impressão 3D, é possível visualizar o órgão analisado como um todo. “Por exemplo, no caso da coluna, podemos pegá-la com as mãos para ver o lado que quisermos. Isso permite um melhor entendimento do órgão como um todo e a possibilidade de simular cirurgias no modelo impresso, preparando-se para a cirurgia real com um entendimento muito melhor”, diz.

O uso da impressão 3D em diagnósticos e também como simuladores de procedimentos cirúrgicos já é uma realidade. A tendência é de que o recurso seja utilizado cada vez mais. Essa nova tecnologia é importante também porque permite que estudantes e pesquisadores tenham acesso a modelos anatômicos, além de possibilitar a impressão de próteses de baixo custo. “Estamos começando a gerar arcabouços para implante de células-tronco e estruturas para implantes, como disco intervertebral, cartilagens de nariz, etc”, explica o especialista.

Para que seja possível imprimir órgãos inteiros ainda são necessárias muitas pesquisas, mas já existem protótipos, como do Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade Wake Foreste, nos Estados Unidos, que desenvolveu o protótipo de um rim com células e biomaterial. A utilização da impressão 3D para esse fim é possível, pois, ao invés dos materiais comumente utilizados atualmente, como resina e metal, os especialistas usam células vivas na impressão (biotinta). Isso pode promover uma nova revolução na medicina, na medida em que permitirá diminuir – e até zerar – a fila de transplantes. Em dado momento, o uso das impressoras 3D será como a nova penicilina na história da medicina. É esperar para ver.

Redação

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