Idosos seguem sem acesso à vacina contra doenças pneumocócicas pelo SUS

A queda das temperaturas gera uma preocupação sobre as doenças pneumocócicas que se espalham nessa época e impactam a saúde dos idosos. De acordo com dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) entre as 72,6 milhões de residências registradas no Brasil, 35% (25,4 milhões) têm idosos.

Enquanto a vacinação nesse grupo ainda passa por problemas de acesso, a expectativa de vida e a participação relevante na renda familiar destes indivíduos são cada vez maiores. Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, 13,5 milhões de idosos (18,5%) contribuem financeiramente em suas casas.

“Um estudo de 2014 a 2019 demonstrou que, em média, 71 mil brasileiros¹ com mais de 60 anos morrem por ano no Brasil por potencial doença pneumocócia, com crescimento constante ano a ano. E para evitar as mortes de parte dessas pessoas, a imunização é fundamental, mantendo-as seguras e em atividade2”, conta Licieri Marotta, gerente médica de vacinas da MSD.

Apesar do aumento da expectativa de vida – em 2012 a população idosa era de 25,4 milhões e subiu para 30,2 milhões em 2017, um aumento de 18%, segundo o último levantamento do PNAD Contínua – ainda não há avanços no acesso deste público às vacinas para doenças pneumocócicas (pneumonia, meningite, sepse ). Atualmente, somente idosos com comorbidades (diabetes, problemas cardíacos, distúrbios renais e outras doenças crônicas) podem se imunizar por meio do SUS nas unidades dos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais).

Segundo a especialista, ainda há desconhecimento sobre a importância de se prevenir doenças pneumocócicas em idosos. “Ainda não há uma cultura médica que oriente o paciente, principalmente os mais velhos, a se vacinar com regularidade, independente da doença. Esta orientação acontece muito na infância e se perde já na adolescência. E há muitas vacinas gratuitas que devem ser tomadas pelos adultos”, explica a gerente médica da MSD.

É importante destacar que no último mês de abril, a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) abriu uma Consulta Pública para discutir a expansão o acesso da vacina pneumocócica 23 (VPP23) a todos acima dos 60 anos, mas o resultado foi negativo e o imunizante continua fora dos postos de saúde.

“A sociedade está envelhecendo. A longevidade precisa acontecer com qualidade de vida e a imunização contra as doenças pneumocócicas, tão expressiva em idosos, é importante2”, conclui a médica Licieri Marotta, gerente médica de vacinas da MSD.

Referências:

1 VALUE IN HEALTH (Brasil). Pneumococcal Disease Hospitalizations Among Older Adults in Brazil. [S. l.] abr. 2022. Acesso em: 26 mai. 2022.

2 WHO Considerations for pneumococcal vaccination in older adults. WEEKLY EPIDEMIOLOGICAL RECORD, NO 23, 11 JUNE 2021

Redação

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