A cada ano do triênio 2020/2022, devem ser diagnosticados 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O risco é estimado em 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. E, independente da condição socioeconômica de um país, o câncer de mama é considerado o mais comum de todos os tipos na população mundial.
Nesta segunda-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), Maira Caleffi, presidente voluntária do Imama/ Femama, participa como palestrante do lançamento da iniciativa Global Breast Cancer, da Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é reduzir a mortalidade por câncer de mama em escala global, aumentando o acesso ao diagnóstico precoce e estimulando o gerenciamento abrangente da doença. A programação se inicia às 14h (horário do Brasil) e pode ser acompanhada no site da OMS. A palestra é voltada a médicos, gestores da área da saúde e público em geral.
De acordo com Maira Caleffi, a prevenção e o diagnóstico precoce são importantes para o sucesso do tratamento. Somado a isso, a mastologista alerta para a necessidade do autoconhecimento: quando a pessoa está familiarizada com sua mama, ela consegue detectar com mais facilidade o surgimento de alguns sinais que apontam para a necessidade de atendimento médico como sangramento pelo mamilo, uma ferida que incomoda na ponta do seio, um caroço ou uma íngua grande abaixo do braço. “O câncer não espera! Não deixem de buscar ajuda”, assinala.
Maira observa ainda que, em razão da pandemia e por medo de contrair o vírus, muitas pessoas deixaram de marcar consultas. No entanto, salienta, o trabalho do Núcleo Mama nunca parou. “Tivemos muitos diagnósticos e pacientes que se trataram, mas não tantos quanto antes. Até agosto houve uma queda de diagnósticos novos de 30-40%. Então, infelizmente, calcula-se que tem muita gente em casa, esperando a pandemia acabar para procurar ajuda. Reforço para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado”, enfatiza.
FEMAMA representa o Brasil em evento global da OMS sobre câncer de mama no Dia Internacional da Mulher
O câncer de mama é hoje o tipo mais comum da doença, passando o câncer de pulmão, que liderou o ranking nas duas últimas décadas. O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde no dia 2 de fevereiro e, dois dias depois nas celebrações do Dia Mundial do Câncer, a OMS reuniu um time de 121 especialistas de 35 países para dar seus pareceres técnicos sobre a Iniciativa Global do Câncer de Mama (GBCI, em inglês).
Entre eles, a Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) – representando o Brasil e a própria entidade, que tem 70 ONGs associadas trabalhando em prol dos pacientes com câncer.
A profissional foi convidada, também, para palestrar em um evento aberto promovido pela OMS com o tema “Ouvindo as vozes de mulheres com câncer de mama” para celebrar o Dia Internacional da Mulher. A mesa redonda “Papel das ONGs e sociedade civil” acontece no dia 8 de março às 11h45 (horário de Brasília) e reforça a atuação global ativa da FEMAMA nos temas relacionados ao câncer de mama.
A FEMAMA é referência sobre o assunto, tendo sido responsável por trazer o Outubro Rosa de forma organizada para o Brasil, participar ativamente de conquistas no Legislativo, como a Lei dos 30 Dias e a Lei dos 60 Dias, além de participar de grupos de atuação para controle do câncer. A entidade tem participação ativa na iniciativa City Cancer Challenge, que acontece em Porto Alegre, e em uma iniciativa similar em nível estadual, no Rio Grande do Sul. Internacionalmente, além da parceria com a OMS, a FEMAMA passou a integrar a Iniciativa de Controle do Câncer Integrada na América Latina (ICCI-LA) que, desde 2019, conduz um estudo político abrangente e inédito sobre a resposta dos sistemas de saúde ao controle do câncer em quatro países da América Latina: Argentina, Chile, Colômbia e, agora, Brasil.
EVENTO DIA INTERNACIONAL DA MULHER – OMS
Quando: 8 de março
Como assistir: inscrições antecipadas para sessão do Zoom
‘Ouvindo as vozes de mulheres com câncer de mama’, 10h30 – 13h (horário de Brasília)
Mesa redonda: ‘Papel das ONGs e sociedade civil’, 11h45 – 12h (horário de Brasília)