Pandemia traz à tona valorização das necessidades emocionais e de profissionais de saúde mental

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Ainda segundo estudo publicado pela revista científica The Lancet, os casos de depressão e ansiedade cresceram mais de 25% no mundo em 2020 devido à pandemia da Covid-19. Os resultados mostram que a depressão aumentou 28%, enquanto a ansiedade cresceu 26%. Campanhas sobre saúde mental têm feito com que as pessoas busquem ajuda e se cuidem melhor, desmistificado aos poucos preconceitos com relação às doenças existentes.

Em contrapartida, há uma fila de espera no sistema público de saúde para este tipo de atendimento, enquanto as pessoas que podem arcar com os custos de planos de saúde encontram poucos médicos credenciados ou mesmo tempo de sessão inadequados ao tratamento. Por meio particular, o número de pessoas com condições de arcar com as despesas de um médico psiquiatra ou de um acompanhamento psicológico é muito menor. Segundo Tatiana Ferreira Peres, coordenadora e tutora de curso da Unyleya, uma das primeiras Instituições de Ensino 100% EaD no Brasil, falta melhores condições de trabalho e mais contratação de profissionais na área da saúde mental.

“A cultura brasileira valoriza muito a imagem e o status e, com o aumento do uso das redes sociais e dos avanços tecnológicos, cria-se cada vez mais uma dificuldade das pessoas de se chegar a uma satisfação, com a expectativa de que logo irá surgir algo melhor. Essa condição consumista também é transportada para as relações e a necessidade de esperar a pessoa perfeita para se relacionar também gera expectativas que na maioria das vezes não é cumprida. As pessoas têm perdido a habilidade social e vivido o virtual como realidade. Isso não oferece o senso de pertencimento e de ser amado necessário para que as pessoas possam encontrar seu propósito e uma maneira de seguir aquilo que é essencial para si mesmas, e não aquilo que se tornou um padrão midiático”, declara Tatiana.

A coordenadora explica que, de fato, a pandemia só agravou o número de casos de depressão e ansiedade e as pessoas com o isolamento social tiveram que olhar mais para si e foram impedidas de se ‘distraírem’ com atividades que eram utilizadas como fuga. A insegurança de pegar a doença e até mesmo a imprevisibilidade do término da pandemia, também foram motivadores. “Uma pessoa que é ansiosa quer e precisa ter o controle das coisas para poder conter a própria ansiedade, o que foi impossível com a situação pandêmica”.

Por outro lado, a pandemia trouxe outra visibilidade às necessidades emocionais, o que favoreceu a procura por profissionais da área e a maioria deles está quase sem horários de atendimento, por conta do aumento da demanda.

Buscar ajuda é sempre o melhor remédio!

Além do suicídio, que é um dos maiores riscos que alguém que não busca ajuda pode sofrer, o doente mental perde a capacidade de ser produtivo e feliz, tornando-se cada vez mais dependente de terceiros, trazendo uma situação de crise para seu círculo familiar.

“É muito comum as pessoas procurarem ajuda quando já estão em situação de risco, muitas vezes em casos que ocorreram inclusive a tentativa de suicídio. A psicoterapia é um espaço preventivo de cuidado em saúde mental, para evitar a necessidade de busca médica e uso de medicações. A busca deve sempre ocorrer quando há uma dor emocional, um incomodo difícil de explicar e a própria família do paciente pode observar mudanças de comportamento. Irritabilidade, isolamento, choro constante, angústia, insônia, são alguns motivos para procurar ajuda”.

Como conselho para evitar casos de depressão e ansiedade, Tatiana indica buscar um espaço próprio de reflexão pessoal, seja a psicoterapia ou outra atividade para cuidar dos aspectos subjetivos. Fazer coisas prazerosas, procurar ser mais positivo e grato, buscar um propósito de vida, e focar nos valores internos e não na imagem e status são exemplos de cuidados emocionais. “Nem sempre a gente consegue fazer isso sozinho, por isso a psicoterapia pode ser um lugar para aprender a criar uma vida mais saudável”, alerta.

Saiba como está o mercado de trabalho na área da saúde mental

Para quem quer trabalhar com saúde mental, é necessário, sobretudo, gostar de gente, ser empático e ter disponibilidade de escutar a si mesmo, para depois escutar ao outro. Para Tatiana, ser um profissional da saúde mental não é ser conselheiro ou saber o que é melhor para a pessoa que está sendo atendida, mas oferecer ferramentas para que ela possa descobrir seu próprio caminho. Ela atenta ao fato de muitos estudantes na área irem em busca de cursos de medicina e psicologia para se entenderem melhor e que esse é um critério impreciso, já que a carreira envolve a disposição a servir.

“Esta é uma área que precisa de estudos e dedicação constante. O profissional pode atuar em hospitais, ONGs, abrigos, empresas, nas áreas do judiciário e esportes, consultorias e consultório particular. Os salários variam de R$ 2.000,00 até R$ 20.000,00 dependendo da área escolhida e do tempo de formado”, conclui.

Tenha acesso ao guia completo sobre o mercado de trabalho e de especialização na área de psicologia em: blog.unyleya.edu.br/especialize-se/psicologia.

Redação

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