Tecnologia e inovação em favor da anestesia

Através da tecnologia, os monitores do centro cirúrgico já podem ser interconectados com uma plataforma (Tasy) que transfere os diversos dados coletados do paciente, em tempo real, durante ato anestésico. Tais dados, como a pressão arterial, oxigenação sanguínea, temperatura periférica ou central, frequência cardíaca, profundidade anestésica (grau em que o paciente se encontra anestesiado), relaxamento muscular, entre outros, são enviados continuamente e registrados para análise constante do médico anestesiologista.

O processo ocorre minuto a minuto, criando um gráfico instantâneo e fidedigno, sem a necessidade de alimentar manualmente os dados, o que reduz erros e promove a dedicação maior ao acompanhamento clínico per-operatório e realização de procedimentos importantes para os pacientes.

Gráfico construído automaticamente no Tasy

O gráfico acima representa o registro verdadeiro, em tempo real, dos dados hemodinâmicos, ventilatórios e anestésicos de uma cirurgia aberta para feocromocitoma (tumor endócrino), onde o controle hemodinâmico é bastante complexo, exige total concentração do anestesiologista no paciente e nos tempos cirúrgicos. Sem a interconectividade, provavelmente o especialista faria esse registro de forma retrospectiva e não seria tão real, pois não se lembraria de tudo minuto a minuto como foi registrado em tempo real pela interconectividade.

Já o gráfico acima representa o registro de dados fidedignos, em tempo real, durante o procedimento anestésico para um procedimento menos complexo.

Como funciona

O monitor multiparamétrico registra continuamente todos os dados escolhidos pelo anestesiologista para acompanhamento durante o procedimento (alguns são obrigatórios por lei, outros são acrescidos de acordo com as comorbidades do paciente e o grau de complexidade do procedimento cirúrgico).

Além do monitor, um sistema de ventilação mecânica, que permite oferecer aos pacientes, durante anestesia geral, gases e vapores anestésicos, também gera dados da monitorização de toda dinâmica respiratória, que são interconectados da mesma maneira com o Tasy, permitindo a análise geral do ato anestésico-cirúrgico de forma mais minuciosa.

Segundo, a coordenadora da equipe de anestesiologia do hospital Orizonti – Instituto Oncomed de Saúde e Longevidade, Dra. Walkiria Wingester Vilas Boas, em hospitais que não têm a interconectividade, os dados são registrados manualmente e na maioria das vezes de forma retrospectiva (o mesmo profissional que cuida do paciente durante o procedimento é o que anota os dados de tempos em tempos). Como ele tem que administrar cada situação ou possível intercorrência, minuto a minuto, o cuidado com o paciente vem primeiro, e depois a anotação dos dados hemodinâmicos, respiratórios, cerebrais, de relaxamento muscular e outros, em intervalos maiores. “Ao anotar retrospectivamente e em intervalos maiores, a precisão de toda a evolução do procedimento no gráfico fica menor”, conclui a anestesiologista.

Redação

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