Você já sentiu dor no peito? Recorrente entre homens e mulheres de todas as idades, este sintoma aparentemente inofensivo pode ser o indicativo de uma lesão cardíaca grave. Em 2019, houve 171.246 mortes atribuídas a doença coronariana no Brasil, correspondendo a 12% do total de mortes no país, fato que reforça a importância do atendimento médico especializado. Focado em prestar serviços humanizados, qualificados e constantemente atualizados de acordo com as principais tendências do mercado de saúde mundial, o Hospital Unimed Chapecó (SC) adotou o Protocolo de Dor Torácica com o objetivo de reduzir sequelas, complicações e óbitos decorrentes da Síndrome Coronariana Aguda (SCA), cuja principal manifestação é o infarto agudo do miocárdio condição grave que pode levar à morte.
De acordo com a Dra. Andressa Cristina Piaia, cardiologista e gestora do Protocolo de Dor Torácica, as dores no peito caracterizam uma das queixas mais comuns na prática clínica, bem como uma das causas prevalentes de atendimento nos serviços de emergência do Brasil e do mundo. No Hospital Unimed Chapecó, todos os pacientes acima de 25 anos são incluídos no protocolo – uma medida implementada com o objetivo de confirmar ou descartar diagnósticos relacionados a disfunções cardiovasculares em homens e mulheres com dores do peito. “O protocolo tem como objetivo conseguir identificar pacientes de alto risco e baixo risco”, pontua Dra. Andressa. “Os pacientes de alto risco são atendidos com mais rapidez, o que minimiza a chance de um desfecho negativo como o óbito ou o desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Quanto mais rápido o paciente for atendido, menor é o risco”.
Além da identificação precoce de possíveis complicações cardíacas, o Protocolo de Dor Torácica se mostra conveniente em diversos contextos, proporcionando benefícios como:
- Rápida identificação de pacientes com alto risco para disfunções cardiovasculares;
- Alta precoce e segura para pacientes com baixa ou muito baixa probabilidade de disfunções cardiovasculares;
- Redução de internações desnecessárias e altas indevidas;
- Identificação e tratamento precoce de complicações relacionadas a disfunções cardiovasculares.
PASSO A PASSO
Saiba como funciona o Protocolo de Dor Torácia.
- O paciente busca o serviço de emergência com dores no peito.
- Em até 10 minutos do atendimento inicial, será realizado eletrocardiograma e também avaliação pelo médico plantonista.
- O médico plantonista verifica se a dor é sugestiva de acometimento cardiovascular.
- Após a avaliação as próximas ações são definidas pelo médico, que pode solicitar exames de sangue ou comunicar o cardiologista, que fica de sobreaviso.
- Em casos de urgência – relacionados a artérias ocluídas –, o paciente é encaminhado imediatamente ao setor de hemodinâmica para realização de cateterismo cardíaco. Nestas circunstâncias, um stent (pequeno tubo expansível) é utilizado pelo hemodinamicista para desobstruir a artéria comprometida. Em seguida, o paciente é internado e fica sob observação.
Caso o eletrocardiograma sugira uma artéria ocluída, o implante do stent deve ser realizado em no máximo 90 minutos. Este é o tempo considerado ideal para evitar óbitos e complicações.
IDENTIFICANDO OS SINTOMAS
Normalmente, os primeiros sintomas de um infarto são identificados pelo paciente, portanto, estar consciente acerca de suas características é fundamental. Na maioria dos casos, o primeiro sinal pode ser dor torácica que persiste por mais de 20 minutos. Este sintoma também pode ser desencadeado por estresse ou atividades físicas. A dor pode ainda irradiar para braços, costas, mandíbula e pescoço. Seguidamente ignorados, sintomas como falta de ar, náusea e vômitos também podem indicar que algo não está certo com o coração, especialmente entre pacientes que apresentam fatores de risco.
Conheça alguns deles:
- Hipertensão arterial sistêmica;
- Diabetes;
- Tabagismo;
- Colesterol alto;
- Idade (homens acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos);
- Histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces em parentes de primeiro grau;
- Insuficiência renal crônica;
- Síndrome da imunodeficiência humana em uso de terapia antirretroviral;
- Doença inflamatória crônica;
- Uso de hormônios, em especial a testosterona;;
- Uso de drogas.
Para a Dra. Andressa, estar atento aos sintomas é essencial, mesmo quando não há fator de risco para a doença. “Se sentir uma dor muito forte no peito, é melhor vir ao Hospital para ser avaliado. Se o paciente morar em outra cidade, é melhor buscar atendimento no serviço local para que, caso seja necessário, ele seja direcionado para cá”, destaca.