Arquitetura Hospitalar: soluções aliam funcionalidade, praticidade e bem-estar

Hospital Regional de Sorocaba, com aplicação de Cleantec na fachada

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as infecções hospitalares são as complicações que mais acometem as pessoas nos serviços de saúde no mundo. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as IRAS (Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde), como são conhecidas, têm nível de letalidade de 14,35%. Por esses motivos, projetos hospitalares requerem uma série de cuidados, regulações e normas específicas mais abrangentes do que em outros tipos de edificações.

“A busca por inovação, tecnologia e produtos sustentáveis tem sido uma premissa neste segmento (de arquitetura hospitalar). O projeto precisa promover o bem-estar desde o paciente até o acompanhante. Com isso, temos que proporcionar uma circulação diferenciada e envolver todos os sentidos no momento da construção do projeto”, afirma a arquiteta Paula Fiorentini, diretora da Fiorentini Arquitetura Hospitalar – escritório referência no país em arquitetura da saúde, em entrevista à EMAG.

Para atender a essa demanda e proporcionar a criação de espaços acolhedores, funcionais e com custos operacionais viáveis, diferentes indústrias do segmento de construção civil têm investido em soluções, produtos e serviços específicos para o segmento de saúde, como clínicas e hospitais.

Um exemplo é a Nanotecnologia Cleantec, uma camada invisível a olho nu aplicada sobre revestimentos cerâmicos, desenvolvida pela Eliane Tec (braço técnico da Eliane Revestimentos) em parceria com a japonesa Toto. Com fórmulas distintas referentes a cada local de utilização, o sistema – quando aplicado em ambientes internos como banheiros, lavabos e áreas comuns dos hospitais – inibe a proliferação de microrganismos que causam doenças, principalmente respiratórias, além de reduzir odor, bolor e mofo. O produto é composto por metais antimicrobianos que não permite a propagação das principais bactérias que prejudicam a saúde, tais como Escherichia Coli (E.Coli), Staphylococcus Aureus (S.Aureus) e Pseudomonas Aeruginosa.

No caso da aplicação em fachadas, a nanotecnologia apresenta uma combinação de decomposição de matéria orgânica e hidrofilicidade, ou seja, a própria água da chuva ajuda a remover a sujeira da superfície do revestimento, dificultando a adesão sobre as superfícies e facilitando a limpeza e manutenção dos revestimentos. O Cleantec ainda reage à luz ultravioleta do sol e transforma os óxidos de nitrogênio (que são poluentes que saem de escapamentos de veículos e de indústrias e podem provocar uma série de problemas respiratórios) em nitratos, que não são prejudiciais ao meio ambiente e às pessoas.

Limpeza alinhada à saúde

A facilidade de limpeza também está alinhada às questões de saúde, já que a OMS acredita que 90% dos microrganismos estão presentes na sujeira visível, o que reforça a demanda por produtos práticos em manutenção. Por isto, o piso de salas de exames, cirurgias e até mesmo administrativo/financeiro também merecem uma atenção em relação ao combate de infecções hospitalares que, segundo a Anvisa, tem taxa média de ocorrência em 9% dos casos.

Outra solução para este tipo de projeto são as janelas e perfis da Linha Hospitalar, da Weiku. Durante o processo de fabricação, os perfis passam por um processo chamado polimerização que deixa o material mais hermético, inibindo a absorção de partículas de poeira, fuligem e fumaça, evitando a formação de placas de sujeira, bolor e a proliferação de microrganismos. Além disso, as janelas contam com certificação ISO 9001 e a companhia integra a Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (Pro Acústica). Aliados aos vidros duplos, os perfis garantem isolamento acústico de até 35 decibéis, além de isolamento térmico. Por isso, o vidro duplo é muito utilizado em hospitais, para garantir a tranquilidade dos pacientes, tornando possível estar em grandes centros e ter uma noite tranquila de descanso. Para efeito de comparação, o trânsito urbano pode superar 90 decibéis, intensidade prejudicial à saúde.

“O projeto de uma unidade hospitalar precisa promover o bem-estar desde o paciente até o acompanhante. Com isso temos que proporcionar uma circulação diferenciada e envolver todos os sentidos no momento da construção do projeto. É um conjunto de detalhes que cria uma arquitetura funcional e que proporciona comodidade”, conclui a arquiteta Paula Fiorentini.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.