Aliança Contra Hanseníase participa de maior evento de Hansenologia no Brasil

Dra. Laila de Laguiche, presidente da AAL

O maior evento brasileiro sobre a Hanseníase aconteceu em Vitória (ES), entre os dias 7 e 10 de dezembro. A 16ª edição do Congresso Brasileiro de Hansenologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), contou com a participação da organização não-governamental que atua no combate à doença no Brasil, o Instituto Aliança Contra Hanseníase (AAL, na sigla em inglês: Alliance Against Leprosy).

A edição foi a primeira a ser realizada de forma presencial, desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, e contou com patrocínio do Instituto, junto à Companhia Internacional da Ordem de Malta Contra a Hanseníase (CIOMAL). O Ministério da Saúde, o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) também apoiaram.

De acordo com dados da SBH, o Congresso reuniu mais de 300 inscritos e 80 palestrantes, com 113 trabalhos apresentados, contando com a participação de médicos, pesquisadores, cientistas, professores, estudantes, profissionais da saúde, diversos movimentos sociais que trabalham diretamente com pacientes, profissionais de direitos humanos, historiadores, organizações brasileiras e estrangeiras, projetos de reintegração e pessoas que foram vítimas da doença. Estiveram no evento a Dra. Laila de Laguiche, dermatologista e presidente da AAL, e a Profª. Dra. Susilene Nardi, idealizadora e embaixadora da Ação TECHasen, – um dos projetos realizados pelo Instituto.

Instituto destacou a ação TECHansen e o projeto Sapatarias no Mato Grosso

Durante o Congresso, a equipe da AAL realizou a sessão interativa Lunch-Box TECHansen, que teve por objetivo levar ao conhecimento dos congressistas as ações realizadas no projeto, que já está em 17 capitais do país. AAL pretende expandir a Ação para todo o território nacional. A intenção da iniciativa é doar materiais e equipamentos de tecnologia assistiva para pacientes que apresentam deficiências físicas ou alterações ocasionadas pela hanseníase nos olhos, nariz, mãos e pés. Até o momento, já foram doados 1.942 itens para mais de 300 pacientes, em todo o Brasil. Confira a ação www.allianceagainstleprosy.org/techansen.

Além disso, a organização também destacou o projeto das Sapatarias: Oficinas de Adaptação de Calçados, como são chamadas, que foi uma entrega de três sapatarias com capacitação teórica e prática para os profissionais de saúde de indicação e confecção de palmilhas e adaptação de calçados para pessoas acometidas pela Hanseníase. O projeto foi implementado em três municípios mato-grossenses – Alta Floresta, Tangará da Serra e Barra do Garças, e é integrante do “Mato Grosso em Redes: Cuidado Integral em Hanseníase”, que faz parte de uma parceria firmada entre a AAL com a Secretaria de Saúde de Mato Grosso em 2020, para estruturar a rede de cuidados integrais para a hanseníase a partir de estratégias inovadoras e permanentes.

“O Congresso foi excelente, com muita interação entre os profissionais da saúde, Ministério da Saúde e Organizações Não Governamentais. Atingimos nosso objetivo de divulgar nossas ações e colhemos muitos depoimentos positivos de prescritores do TECHansen e de vários presentes no congresso. Também foi um marco na entrada da CIOMAL como nosso parceiro, apoiando nossos projetos no território brasileiro”, destaca a Dra. Laila de Laguiche.

Durante a sessão interativa, a AAL sorteou oito kits TECHansen e uma vaga para o próximo Congresso de Hansenologia Brasileiro, que vai acontecer em 2023. O evento ocorreu no Sheraton Vitória Hotel. A Aliança apoiou o Congresso e realizou palestras durante a programação, em que abordou diversos temas e assuntos relacionados à doença. Mais informações sobre o Congresso, acesse sbhansenologia.com.br.

Doença tem cura 

Cerca de 30 mil novos casos no Brasil são notificados todos os anos, número semelhante aos novos casos de HIV positivo e AIDS. Apesar de ter cura, os números de casos no Brasil ficam em segundo lugar a nível mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país registrou 17.979 casos da doença em 2020 e perde apenas para a Índia, mas já é o primeiro em taxa de casos novos em relação à população.

A doença tem tratamento gratuito em todo o território nacional e toda a medicação é doada pela OMS. O diagnóstico é feito de forma clínica e já pode ser identificado nos primeiros sinais e sintomas típicos. O paciente deixa de transmitir a doença no início do tratamento. Por isso, é importante consultar um dermatologista se apresentar sintomas como nervos espessados, manchas de forma irregular avermelhadas ou esbranquiçadas pelo corpo, perda de pelos nas manchas, diminuição e até perda total de sensibilidade nas manchas – incluindo suor, ou mal estar em geral.

Redação

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