Atenção domiciliar ajuda a desafogar hospitais ocupados por infectados com a Covid-19

A pandemia do novo Coronavírus provocou superlotação nos hospitais de todo o país durante boa parte de 2020 e agora, com a chegada da segunda onda, já em 2021, o Brasil volta a conviver com o medo do colapso do sistema de saúde, seja pela falta de leitos ou pela escassez de insumos. Mesmo com o início da vacinação, os casos devem continuar crescendo até que a população seja totalmente imunizada.

Diante deste cenário, e do temor da população com relação à contaminação pela Covid-19, a procura por atendimento domiciliar cresceu em 2020. De acordo com a Pronep Life Care – marca do grupo Sodexo – especialista no setor de home care no Brasil, houve um aumento de 36% no número de pacientes em atendimento, entre dezembro de 2019 até o mesmo mês do ano passado. No total, foram realizados 3.410 novos atendimentos.

“Podemos explicar que qualquer expansão de serviço é impulsionada pela demanda do mercado. Atendemos às necessidades da população, bem como as preferências de quem busca soluções de saúde em casa”, analisa Hyran Godinho, CEO da Pronep.

Ele lembra que atenção domiciliar não se trata apenas do acompanhamento de idosos ou de doentes graves crônicos. “A simples troca de curativo de um ferimento causado por acidente doméstico ou a aplicação de uma injeção, por exemplo, que por vezes necessitariam uma visita ao hospital ou posto de saúde, podem ser realizados em casa, por um profissional treinado. Este processo diminui a chance de o paciente se expor ao risco de contrair a Covid, entre outras doenças, e é recomendado por alguns médicos”, comenta.

Os indicadores de tipos de atendimento que aumentaram com a pandemia mostraram alguns números que merecem atenção. No início da pandemia houve aumento nos atendimentos domiciliares devido a quedas e queimaduras.

No segundo semestre de 2020, houve aumento significativo de internações domiciliares com pacientes que necessitaram de uso prolongado de oxigênio e de pacientes com lesões por pressão após quadro de Covid-19. Entre junho e agosto, a procura por atenção domiciliar superou o patamar dos 42% na Pronep.

A maioria dos atendimentos em 2020, no entanto, não tiveram relação direta com a doença. Cerca de 53% foram relacionados a Doenças Neurológicas; 12,1% por doenças cardiovasculares; e 7,8% por doenças pulmonares. Somente cerca de 2% do total de atendimentos domiciliares na Pronep no ano passado foram decorrentes diretamente de complicações/sequelas de Coronavírus, com necessidade principalmente de reabilitação respiratória e oxigenoterapia.

“Esses números mostram que, apesar de o atendimento aos infectados por Covid-19 não ser tão grande, a procura pela atenção domiciliar cresceu, indicando uma mudança no comportamento das pessoas, que deixaram de ir aos hospitais e preferiram o ser atendidas em casa”, analisa Godinho.

Dentro as doenças neurológicas, a demência responde por 18,8% dos atendimentos; 9,4% sequelas de doenças cerebrovasculares; 5,8% neoplasia, 4,6% hipertensão; 4,2% encefalopatia, 4,2% por doenças pulmonares obstrutivas crônicas.

Mesmo não apresentando números ou projeções de crescimento, a Pronep está contratando profissionais para atender a demanda em 2021. A empresa pretende ampliar em pelo menos 10% o quadro de colaboradores nas unidades atuais, englobando tanto o corpo clínico como enfermeiros, fonoaudiólogos e até profissionais da área administrativa.

“Todos os profissionais precisam ser altamente qualificados do ponto de vista técnico e terem boas habilidades interpessoais, pois entramos no lar do paciente”, diz João Paulo Faleiros, diretor de Capital Humano da Pronep Life Care. “Por estarmos muito próximo tanto do paciente quanto de seus familiares, é preciso saber tratar com cuidado, respeito e ter boa postura comportamental. Dessa forma, os ‘soft skills‘ são tão importantes na hora da escolha do profissional, aliado, é claro, aos conhecimentos técnicos e atualizados”, completa.

Redação

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