Foram muitos os avanços no tratamento do câncer de pulmão. Imunoterapia e terapia-alvo estão entre os recursos que trouxeram melhor prognóstico aos pacientes nos últimos anos. Ainda assim, o câncer de pulmão é silencioso e também o tipo que mais mata no mundo. No Brasil, mais de 30 mil pessoas serão diagnosticadas com a doença este ano. Dados que fortalecem a importância da campanha Agosto Branco, dedicada à conscientização e orientação sobre o câncer de pulmão.
A letalidade da doença está relacionada também ao diagnóstico tardio. Na maioria das vezes, quando os primeiros sintomas surgem é porque o câncer já evoluiu. O médico Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas (SP), enumera os sintomas mais frequentes do câncer de pulmão. “Tosse seca matinal, acompanhada de raios de sangue, emagrecimento, dificuldade respiratória são sinais que podem indicar a doença”, observa.
Assim como mamografias, para o câncer de mama, e Papanicolau, para o de colo de útero, é possível, realizar exames que contribuem para a detecção precoce. A tomografia de tórax auxilia no rastreio e é importante sobretudo para pessoas com mais de 50 anos e fumantes.
Se é difícil localizar o tumor precocemente, é fácil entender sobre as principais causas da doença. O tabagismo está relacionado a mais de 90% das ocorrências, indica o especialista do Centro de Oncologia Campinas. “E temos visto ultimamente o crescimento da incidência de câncer de pulmão entre as mulheres, juntamente com o aumento do número de mulheres fumantes no mundo”, alerta Medina.
Todos os anos, cerca de 8 milhões de pessoas morrem prematuramente como resultado do tabagismo, lembra Fernando Medina, citando dados da Organização Mundial de Saúde. O número indica que cerca de uma em cada sete mortes em todo o mundo se deve ao tabagismo. Mais 2 milhões vivem com a saúde debilitada por causa do fumo. Em todo o planeta, mais de uma em cada cinco mortes por câncer são atribuídas ao tabagismo.
No mundo, detalha o médico, o câncer de pulmão lidera tanto em número de casos quanto em incidência de óbitos. No Brasil, porém, é o segundo mais frequente em homens e mulheres, fora o câncer de pele não melanoma. A diferenciação, explica, se deve a fatores como o sucesso das campanhas de prevenção e orientação contra o fumo realizadas pelo Brasil, à imposição de restrições aos fumantes no País e ao fato de que o número de fumantes é maior em países de alta renda.
Tratamento
A resposta menos eficiente ao tratamento do câncer de pulmão é um dentre muitos aspectos que pesam contra o tabagista. “Os não fumantes apresentam bom desenvolvimento dos tratamentos, que evoluíram muito nos últimos dez anos. Os tratamentos variam e podem envolver desde cirurgia, até quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia-alvo”, detalha.
A imunoterapia, explica, é usada para determinados tipos de câncer e consiste em estimular o sistema imunológico do paciente para localizar e combater as células cancerígenas. A terapia-alvo ataca especificamente as células cancerígenas por meio de medicamentos, evitando danos às células sadias. “São eficientes para tratar o câncer de pulmão e também aumentam a taxa de sobrevida dos pacientes com câncer”, completa o especialista do Centro de Oncologia Campinas.