A recente incineração de vacinas e insulinas que o governo anterior deixou vencer comprovam como a burocracia coloca o sistema de saúde brasileiro na UTI. “Aliás, com relação às insulinas, parece haver um descaso permanente com relação aos 16,8 milhões de diabéticos no país. No ano passado, o Governo Federal realizou uma audiência pública para comprar 66,2 milhões de canetas descartáveis ou refis de insulina humana, que custam três vezes mais que os tradicionais frascos do medicamento, o que significa, portanto, gastar mais para atender menos pacientes”, comenta o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, que participou da fundação do SUS e da Anvisa.
Agora, veio a público o descarte de 999,7 mil canetas de insulina de ação rápida, um desperdício de cerca de R$ 15 milhões, que está na mira do Tribunal de Contas da União. O TCU abriu uma tomada de contas especial este mês para apurar a responsabilidade da má gestão de estoques do Ministério da Saúde. “O planejamento ineficiente e a administração lesiva da pasta falharam na estratégia de promover saúde e bem-estar, o que esperamos que não se repita na nova gestão”, finaliza.
