O câncer de ovário é o segundo tipo de tumor ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Só no ano de 2020, 6.650 mulheres foram diagnosticadas com este tipo de câncer no Brasil. O grande desafio dos ginecologistas é a falta de um exame preventivo, como o Papa Nicolau, por exemplo, para detectar a doença. Estima-se que apenas 20% dos casos sejam descobertos precocemente. O diagnóstico em estágio inicial é uma das situações mais complexas porque o tumor não causa sintomas específicos. Ao crescer gera dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. O problema pode ser confundido com outras doenças. Por isso, grande parte das pacientes descobre em estágio avançado. Avaliar estes sintomas quando a mulher faz parte do grupo de risco, pode antecipar o diagnóstico. São elas:
– Mulheres com mais de 50 anos
– Com infertilidade ou que nunca tiveram filhos
– Primeira menstruação precoce e menopausa tardia
– Casos na família de cânceres de ovário, colorretal e de mama
– Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2
– Obesidade
TRATAMENTO – “Na área ginecológica, o ovário é o que ficou mais atrasado no que diz respeito ao tratamento com imunoterapia, uma das opções mais modernas no tratamento de diversos cânceres. Entretanto, novas moléculas, como os inibidores de PARP, já presentes no Brasil e incluídas no ROL da ANS, tem mudados a história da doença em praticamente metade dos casos, e principalmente para os pacientes com mutações nos genes BRCA 1 e 2”, diz o oncologista Dr. José Roberto Rossari.
O principal tratamento para o Câncer de Ovário é a cirurgia. Vale ressaltar que a equipe deve ser muito bem treinada e experiente neste tipo de câncer porque são retiradas várias estruturas intra-abdominais e não se pode deixar resíduos da lesão. Essa precisão é fundamental para melhorar as taxas de cura. A oncologista Dra. Alessandra Morelle ressalta que “todas as pacientes com câncer de ovário devem passar por avaliação genética. A medida serve, primeiramente, para determinar o tipo de tratamento do tumor, além da cirurgia”. Se alguma mutação com potencial de risco for detectada, a avaliação genética deverá ser estendida aos familiares consanguíneos diretos para medidas preventivas. Os principais tipos de tumor são:
1 – Tumores epiteliais: surgem das células que cobrem a superfície externa do ovário, sendo a maioria dos casos.
2 – Tumores de células germinativas: começam a partir das células que produzem os óvulos.
3 – Tumores estromais: ligados às células que formam o ovário e produzem os hormônios estrogênio e progesterona.
O diagnóstico e estadiamento são feitos com:
– Ultrassom – geralmente é o primeiro exame realizado se existe uma suspeita de câncer de ovário. É útil para avaliar a forma do orgão, e diferenciar uma lesão ovariana sólida de um cisto com conteúdo líquido, por exemplo.
– Tomografia ou Ressonância – permitem determinar o tamanho e a localização do tumor de ovário, se os linfonodos estão aumentados, se a doença está localizada ou disseminada a outras estruturas abdominais. Assim como a ultrassonografia, também pode ser utilizada para guiar uma biópsia.
– Tomografia de tórax – avalia a possibilidade de disseminação da doença na cavidade torácica
– Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) – para diagnosticar se as áreas suspeitas visualizadas em outros exames de imagem podem estar relacionadas à neoplasia do ovário, sendo possível determinar se o câncer se disseminou para os linfonodos ou outras estruturas e órgãos do corpo.
Especialistas de todo o país vão discutir os avanços no diagnóstico e tratamento do tumor no 3º Simpósio sobre Câncer de Ovário nos dias 20, 21 e 22 de outubro. O evento acontecerá no Centro de Eventos do Hotel Villa Michelon, Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS).
Conheça a programação completa no site simposiocancerdeovario.com.br.
