O município de Parauapebas, no Pará, conseguiu fazer em poucos dias um total de 7.000 testes PCR para identificação do Covid-19, tornando-se um dos primeiros do Brasil a fazer a testagem em massa recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os testes empregados foram os ‘PCR Seegene Allplex 2019-nCov Assay’, os mesmos que permitiram à Coreia do Sul e outros países o levantamento do perfil epidemiológico necessário para controlar a pandemia. Os mesmos testes foram adquiridos pelo Ministério da Saúde que, através da Organização Panamericana da Saúde, encomendou 10 milhões de kits.
“A aplicação de um programa de testagem em massa da população local conta com todo o apoio da Seegene seja com insumos ou pessoal para suporte técnico científico”, afirma Guilherme Ambar, CEO do braço brasileiro da Seegene. Ele explica que os ‘kits’ para testes não são problema, há condições de colocar rapidamente no Brasil qualquer quantidade do produto.
“O gargalo é a falta de laboratórios capacitados a processar os testes’, afirma, e por isso a empresa foi contratada para dar suporte ao laboratório que a ‘Empresa de Biomedicina e Tecnologia’ montou em Parauapebas, a mesma que está implementando o programa de testagem.
Guilherme Ambar explica que as amostras de material da garganta e nariz recolhidas da população – no sistema drive thru, no caso de Parauapebas, precisam ser processadas em laboratório para que depois, com um sistema de detecção por fluorescência, seja feita a leitura que identifica até três marcadores do RNA do vírus.
“O teste tem 100% de confiabilidade”, explica ele, e é importante porque Parauapebas já registrou 87 óbitos causados pelo coronavírus e, processados os testes, será possível determinar até mesmo a geolocalização dos polos de transmissão, em que áreas, bairros ou quarteirões o vírus está sendo mais transmitido.
Com a identificação das pessoas contaminadas e das áreas mais afetadas, a Prefeitura poderá fazer o isolamento daqueles que representam risco de contágio e bloquear a transmissão. Para isso o laboratório da Empresa de Biomedicina e Tecnologia está capacitada a processar 1.500 testes por dia e o CEO Gabriel Rodrigues relata que “tivemos quatro dias de testagem com absoluta tranquilidade e grande adesão da população”. Foi possível atender sem qualquer problema aos mais de mil munícipes que se cadastraram para serem testados a cada dia.
“Essa informação é vital para controlar a epidemia na área”, que preocupa até importadores de minério de ferro, do qual a área é grande produtora e que já subiu muito de preço no mercado internacional, diante da preocupação de que por causa da pandemia o Brasil tivesse suas exportações limitadas.
Para Guilherme Ambar a experiência de Parauapebas vai ser muito útil para outras cidades que se preparam para o mesmo sistema de testagem em massa usando o ‘qPCR Seegene Allplex’ e com as quais a empresa está colaborando, fornecendo os equipamentos para a montagem de laboratórios de processamento das amostras e de identificação dos marcadores do RNA do vírus.