Entre os inúmeros impactos provocados pela pandemia na rotina hospitalar, um deles – que afetava diretamente o paciente – foi resolvido com o uso da tecnologia. O Programa de Voluntariado da Pró-Saúde, que congrega mais de 500 voluntários em todo o Brasil, rapidamente foi transformado para continuar funcionando a distância, por meio de iniciativas online.
Responsável por um milhão de atendimentos todos os meses, a Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas na gestão hospitalar do país, manteve o programa conectando ações solidárias ao bem-estar de pacientes nas unidades públicas e privadas em que atua.
Um dos exemplos está no Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá, no norte do Brasil. Victoria da Silva Ferreira, profissional de educação física, dedica parte do seu tempo produzindo ‘polvinhos’ de crochê em casa, que são utilizados por bebês prematuros na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
“Impactar positivamente na vida de outras pessoas, fazendo o que eu gosto, é maravilhoso. Plantar o bem é muito bom, para depois colhermos um mundo melhor”, comenta a voluntária.
Desde o início do projeto, em 2016, estratégias de atuação e adaptações do Programa de Voluntariado da Pró-Saúde permitiram que os interessados em contribuir ativamente na sociedade pudessem interagir a distância e desempenhar mudanças significativas na vida de outras pessoas.
Em Belém, no Hospital Público Estadual Galileu, a tecnologia tem sido um diferencial com o uso de tablets. Apresentações de palhaços, que antes alegravam os pacientes de forma presencial, agora acontecem por meio de chamadas de vídeo para ações de palhaçoterapia.
Na mesma unidade hospitalar, responsável por pacientes que passam por longos períodos de internação para recuperação de traumas, um telão é utilizado para transmitir apresentações musicais. Nas sessões de musicoterapia, músicos voluntários podem se apresentar sem a necessidade da presença física na unidade.
Já no Hospital Regional do Baixo Amazonas, no Oeste do Pará, a assistência espiritual deixou de acontecer nos leitos de pacientes para ser transmitida por meio da Rádio Hospitalar HRBA – a primeira do gênero criada no Brasil. Desta forma, o conforto espiritual não foi descontinuado, especialmente, em um momento tão crítico.
O atendimento religioso nas unidades gerenciadas pela instituição integra as ações da Pastoral da Saúde, coletivo formado por um grupo de voluntários religiosos que oferecem conforto espiritual aos doentes internados, que também foram adaptadas ao atual momento da pandemia.
“Os voluntários exercem uma missão importante para toda a sociedade. Os novos rumos impostos pela Covid-19 não impediram a continuidade de ações solidárias. Cada vez mais encontramos pessoas interessadas em doar tempo e talento para o bem de toda a comunidade”, comenta René Padovani, psicólogo e coordenador de Filantropia na Pró-Saúde.
Como ser voluntário
Neste sábado, 28 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado. A data foi instituída em 1985 pela Lei n° 7.352 e busca reconhecer e destacar o trabalho das pessoas que atuam em causas de interesse social para o bem da comunidade.
No Brasil, cerca de 6,9 milhões de pessoas realizaram algum tipo de trabalho voluntário em 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As ações de voluntários no ambiente hospitalar de unidades gerenciadas pela Pró-Saúde seguem o Manual do Voluntariado da instituição, que contém uma série de orientações para a implementação da atividade, reforçando direitos e deveres em acolher e ser acolhido, com base na Lei do Voluntariado de 18/02/1998.
Quem tiver interesse em se tornar um voluntário, basta preencher o cadastro no link: www.prosaude.org.br/filantropia/programa-de-voluntariado
Já o Manual do Voluntariado pode ser acessado no endereço: www.prosaude.org.br/filantropia/programa-de-voluntariado