O número de beneficiários de planos de saúde registrado em janeiro deste ano é o maior desde 2016, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS). Com o total de 47,6 milhões de usuários em todo o país, os dados refletem a preocupação dos brasileiros com a saúde, intensificada desde o início da pandemia de Covid-19 – que também comprometeu a renda de milhares de famílias. Com isso, cresceu a procura pelos planos coletivos por adesão, que oferecem opções mais acessíveis para o consumidor e atendem cerca de 6,3 milhões de pessoas.
Os planos coletivos lideram o número de contratos ativos atualmente, sendo o plano por adesão oferecido aos associados de entidades de classes profissionais. Nesse caso, grande parte dos contratos é gerenciada por administradoras de benefícios, que possuem maior poder de negociação frente às operadoras de saúde, por representarem um número grande de clientes.
Hoje, os planos coletivos atendem cerca de 38,5 milhões de pessoas, o que representa mais de 65% do mercado. Desse volume, 32,2 milhões de contratos representam os planos empresariais e outros 6,2 milhões, os coletivos por adesão. “O plano de saúde é o 3º maior desejo de consumo do brasileiro, atrás apenas de educação e casa própria [Dados do Ibope], mas é claro que é preciso pensar em alternativas adequadas para pessoas nas mais diversas situações financeiras”, explica Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB).
Reajuste anual e novos produtos – Com a aplicação do reajuste programado dos convênios, inclusive o retroativo de 2020, no início deste ano, a necessidade de alternativas ficou ainda mais evidente. Diante desse cenário, a ANAB orientou as administradoras a criarem novos produtos, que atendessem às necessidades dos clientes, garantindo o benefício para aqueles que tiveram sua renda comprometida.
Até o momento, há pelo menos 20 novos produtos criados para atender aquele consumidor que deseja manter o benefício. A redução dos valores normalmente se dá pela oferta de redes credenciadas de alcance regional, com foco em necessidades locais; e também por parcerias com operadoras verticalizadas – que possuem seus próprios locais de atendimento ao paciente.
Dessa forma, os planos coletivos por adesão se apresentam como possibilidades para os consumidores que estão em busca de um novo contrato ou de maior variedade. Como reflexo, a categoria também revelou um aumento expressivo no número de beneficiários, desde dezembro de 2019, com mais de 100 mil novos contratos.
O papel das administradoras de benefícios – A ANAB representa as empresas que fazem a gestão e comercialização de planos de saúde coletivos, aquela em que o benefício é vinculado a alguma empresa ou entidade de classe a que o consumidor pertença. De acordo com a ANS, há 168 administradoras de benefícios cadastradas no país.
Levantamento da ANAB aponta que, nos últimos 8 anos, quem tinha uma administradora de benefícios na gestão do plano de saúde pagou R$ 6 bilhões a menos de reajuste das operadoras. Esse valor representa a diferença entre o pedido pelas operadoras para o reajuste anual e o efetivamente cobrado dos clientes das administradoras de benefícios após a atuação dessas empresas na negociação em prol dos consumidores. Uma redução de 54%, gerando uma economia mensal por beneficiário de R$ 131,00.