O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Adelvânio Francisco Morato, alerta que a iminente falta de medicamentos pode provocar um verdadeiro colapso na rede hospitalar. Segundo ele, nos próximos dias já haverá hospitais sem itens necessários do chamado “kit intubação”. A escassez dos insumos vai impedir não somente o atendimento a pacientes com Covid, mas também a qualquer cirurgia de emergência ou urgência. Morato observa que não vai adiantar abrir leitos, pois não haverá como atender os pacientes.
A escassez é de medicamentos básicos para intubação, como Midazolan, Fentanil, Rocurônio e Propofol, entre outros. Para piorar o cenário, houve aumentos abusivos dos preços de alguns dos itens e o Ministério da Saúde vem cerceando a aquisição pelos hospitais privados, bem como retendo a produção direto na indústria.
“O desabastecimento é uma realidade em toda a rede hospitalar e vai impactar em todo o serviço de UTI e emergência, inclusive em pacientes crônicos renais, cardiopatas, AVC, entre outros. O risco é ter um aumento ainda maior do número de mortes nos próximos dias. Os médicos não poderão fazer nada”, lamenta Morato.
Para o presidente da FBH, é urgente que o Ministério da Saúde tome uma atitude para mudar essa situação. Morato explica que a Federação já vinha alertando sobre esse possível cenário há semanas, pois a pandemia provocou um alto consumo desses medicamentos. “Há um descompasso entre as ações do Ministério da Saúde e a realidade nos hospitais. É preciso agir rapidamente para evitar mais mortes”, afirma Morato.
Ele ainda alerta que a falta de medicamentos vai pressionar ainda mais os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao Covid e que já sofrem com a fadiga e o cansaço provocados pelo trabalho intenso nessa pandemia.