Funcionários do Samu protestam em frente à Prefeitura de São Paulo

Trabalhadores do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) protestam nesta segunda-feira (1°) contra o processo de reestruturação do órgão proposto pela Prefeitura de São Paulo. Eles paralisaram o atendimento durante sete horas e realizam um ato em frente à sede da administração municipal.

No final de fevereiro, a gestão de Bruno Covas (PSDB) anunciou a desativação de 31 das 58 bases existentes do serviço. A medida também prevê a realocação dos funcionários para espaços instalados dentro de unidades de saúde como UBSs (postos de saúde), AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) e pronto-socorros administrados por OSs (Organizações Sociais).

De acordo com funcionários, o objetivo da medida é contingenciar gastos. No entanto, a Prefeitura alega que a finalidade da alteração é integrar os equipamentos da rede regionalizada a ampliar os pontos de assistência e cobertura pré-hospitalar dos atuais 58 para 78 pontos de apoio. A ampliação está prevista para ocorrer até o fim de 2020. As alterações também são criticadas por outros profissionais da saúde. Médicos dizem que na prática, não há ampliação nenhuma e que a mudança está prejudicando os atendimentos.

Ao todo, 31 bases do Samu modulares que estão instaladas em contêineres serão fechadas. Os contêineres são alugados e possuem custos mensais de cerca de R$ 20 mil ao mês e vão gerar uma economia aos cofres públicos de mais de R$ 600 mil mensais. As outras 28 bases que são integradas aos bombeiros e hospitais continuam funcionando.
O contingenciamento vai gerar uma série de problemas estruturais já que as bases estão instaladas em pontos estratégicos da cidade para possibilitar um atendimento mais rápido em sua área de cobertura.

De acordo com um motorista da base da Casa Verde, na Zona Norte, a mudança terá efeito no tempo de atendimento dos pacientes. “Quando recebemos uma ligação de emergência estamos em uma área estratégica dentro do perímetro de atendimento. Com a mudança do ponto de trabalho, os atendimentos vão demorar mais, o que pode ser crucial para os pacientes, podendo resultar em um óbito”, disse o funcionário que preferiu não se identificar.

O coordenador da regulação do Samu com o município, o doutor Marcelo Takano, discorda da avaliação. “Quanto maior o ponto de apoio, menor é o tempo resposta. O tempo hospitalar vai cair drasticamente. Enquanto a equipe médica faz o atendimento, a maca é liberada e a equipe do Samu já se prepara para um novo atendimento. Vai melhorar significativamente”, disse.

De acordo com Takano, a mudança irá permitir o aumento de ambulâncias em circulação diariamente, que passará de 80 para 122 veículos, sendo 107 ambulâncias de suporte básico e 15 de suporte avançado. “A estrutura estava em pontos descentralizados e não integrados. Desde o início da gestão, vimos que podíamos ampliar o número de viaturas em circulação”. Ainda de acordo com ele, o aumento de ambulâncias não se deve ao aumento do número de funcionários, mas ao remanejamento da escala de trabalho, que irá proporcionar o uso do efetivo de forma mais inteligente.

Para as alterações nas escalas, alguns funcionários terão os horários de trabalho modificados e os que possuem mais tempo de casa terão prioridade na escolha do local de trabalho e horário de plantão.

Fonte: G1

Redação

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