Localizado no Hospital de Clínicas do Ingá, em Niterói (RJ), o Centro de Reabilitação Cardiopulmonar tem como principal objetivo reduzir os riscos de eventos cardiovasculares, proporcionando aos seus paciente todos os benefícios secundários à prática de exercícios físicos regulares.
No cenário atual temos no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas acometidas com doenças cardiovasculares (DCV), representando cerca 30% das mortes no país e que em sua maior parte, possuem uma estreita relação com o estilo de vida do paciente.
“Nesse contexto, o exercício físico tem um papel muito importante para a promoção da saúde e prevenção de eventos cardiovasculares. Ele faz parte do tratamento de indivíduos com doenças cardíacas, com história de infarto agudo do miocárdio; pulmonares, como enfisema pulmonar; metabólicas, como diabetes mellitus, obesidade, dislipidemia, síndrome metabólica; e no pós-operatório de cirurgias, como bariátrica e oncológicas”, explica a Dra. Joelma Dominato, cardiologista e coordenadora do Centro de Reabilitação Cardiopulmonar do HCI.
Muitos desses pacientes apresentam patologias e/ou comorbidades que demandam grande atenção durante a realização do exercício físico por apresentarem alto risco de eventos. Dessa forma, Dra. Joelma explica que a reabilitação cardiopulmonar do HCI é um programa multidisciplinar e supervisionado, envolvendo cardiologista, professor de educação física e fisioterapeuta especializados, que, de forma individualizada, fazem uma avaliação prévia, prescrevem e acompanham os pacientes em seus treinos na academia, promovendo melhora da capacidade respiratória e condicionamento físico, controle do peso, aperfeiçoamento da força e do equilíbrio, além de grande benefício à saúde mental, com impacto na qualidade de vida.
Mudança do estilo de vida
Com a pandemia houve um aumento muito grande de casos de obesidade, de sedentarismo, de depressão e consequentemente houve um aumento de doenças cardiovasculares que inclui a hipertensão, o infarto, o aparecimento do diabetes, isso tudo levando à consequências graves.
“E nesse contexto a reabilitação pode ser aplicada como uma prevenção primária, que é aquela que evita o aparecimento de doenças cardiovasculares ou como uma prevenção secundária, que é nos casos de pacientes que já tiveram algum evento cardiovascular e a reabilitação será usada como forma de prevenir um segundo evento”, explica a cardiologista.
A médica lembra que os exercícios também são essenciais para os pacientes com histórico de câncer por evitar a recidiva da doença e para aqueles que não tem histórico de câncer, evitando o aparecimento de determinados tipos da doença, como o de mama, o de cólon e o câncer de bexiga.
“A possibilidade de desenvolver câncer reduz em torno de 10 a 20 por cento se a pessoa for fisicamente ativa”, alerta a médica.
“Entre os benefícios da reabilitação para o paciente, nós temos a melhora da capacidade respiratória, do seu condicionamento físico, do aumento de massa muscular o que ajuda no controle do peso, a melhora do desempenho físico e do equilíbrio. E ainda muitos benefícios para a saúde mental, por diminuir a depressão e os transtornos de ansiedade”, enumera a cardiologista.
Dra. Joelma complementa que o pilar da reabilitação é trazer uma mudança no estilo de vida, pois é feita uma atividade física programada e individualizada de acordo com o quadro clínico de cada paciente. No caso do paciente pós Covid-19, que apresenta complicações decorrentes de sequelas pulmonares, a reabilitação irá ajudar no ganho de massa muscular e no seu condicionamento físico.