Meningite mata rápido: estudantes precisam estar atentos e incluir a infecção neurológica nos diagnósticos

A meningite é a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (as meninges), podendo ter origem infecciosa e assim, ser causada por vírus, bactérias, fungos, parasitas.

A depender do agente etiológico, pode ter rápida evolução, especialmente entre crianças e adolescentes, mesmo quando diagnosticada corretamente. Apresenta uma taxa de mortalidade de 5% a 10%, entre o tempo de 24 a 48 horas após os primeiros sintomas. Sem tratamento, esse cenário sobe para 50%.

No Brasil, a doença é considerada endêmica, ou seja, pode ter casos durante todo o ano, ocasionalmente tendo surtos ou epidemias. As meningites bacterianas são mais comuns no outono-inverno (final de março a início de setembro) e as virais na primavera-verão (final de setembro até o início de março).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,2 milhões de casos e 135 mil mortes por meningite ocorram no mundo a cada ano. No Brasil, as 3 principais causas: a Neisseria meningitidis, o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae são responsáveis pela doença, com cerca de 2 casos a cada 100.000 habitantes, tendo uma alta letalidade (podendo chegar a quase 50%).

Nesse cenário alarmante, no caso da meningite, por exemplo, é muito fácil o erro de diagnóstico, pois profissional da saúde não considerar este diagnóstico, uma vez que não há tempo para erros, e em menos de 2 dias a doença leva ao óbito. Por isso, o Jaleko, plataforma de ensino para alunos de medicina, disponibiliza um conteúdo de excelência sobre a doença, preparando os estudantes para incluir meningite nas suas suspeitas diagnósticas e manejá-la corretamente, quando necessário, minimizando as imperícias.

Para deixar os estudantes e até mesmo os possíveis pacientes desta doença em constante alerta, Ana Elisa Almeida, infectologista e professora do Jaleko, separou algumas dicas que podem contribuir para a suspeita diagnóstica de Meningite.

– Febre e outros sinais sugestivos de meningite devem ser investigados com muita atenção. Pois, apesar de em alguns casos, como na grande maioria das meningites virais, o paciente apresentar uma evolução benigna, é importante essa identificação clínica, inclusive, para fins epidemiológicos e controle de casos.

– O vírus da gripe ataca as vias respiratórias, causando cansaço, coriza e dores no corpo.

– Já na Meningite, além dos sintomas de gripe, ocorrem sintomas mais amplos como dores de cabeça e vômitos intensos.

– Um sinal que pode ocorrer na meningite e já está muito bem consolidado no conhecimento popular é a rigidez de nuca. Porém, importante frisar que é possível ter meningite sem rigidez de nuca, além da rigidez de nuca estar presente em outras situações clínicas que não a meningite.

– Sintomas neurológicos como surdez, perda de consciência e paralisia podem ocorrer em meningites mais graves.

As dicas principais para os futuros estudantes são avaliarem o paciente com calma, atentando para recursos fundamentais como a anamnese e o exame físico e realizarem exames importantes como o líquor, se houver indicação clínica. Além disso, reforçar entre pacientes medidas preventivas, que são também imprescindíveis no manejo clínico, como a vacinação e quimioprofilaxia (quando indicados).

Redação

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