O Brasil fechou os três primeiros trimestres do ano com crescimento acumulado de 24,9% na produção doméstica de produtos para a saúde, segundo dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). Foram abertas, no período, 8.157 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de dispositivos médicos, totalizando 163.277 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica.
As exportações tiveram um crescimento de 4,2% e as importações recuaram 4,4%. O consumo aparente de produtos para a saúde – que é soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações – aumentou 4,6% nos nove primeiros meses do ano.
O diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes, explica que “o bom desempenho do setor é ainda reflexo da retomada de cirurgias e procedimentos médicos eletivos e exames, contingenciados na pandemia da Covid-19”. As cirurgias no SUS, entre janeiro e setembro, aumentaram 22,3%, na comparação com o mesmo período de 2021. No total, foram realizadas 3,7 milhões cirurgias. Já o número de internações hospitalares no SUS cresceu 5,6%. Destaque para o incremento de 87,1% das internações para o tratamento de pneumonias e influenza e de 30,5% para o tratamento de outras doenças bacterianas.
O número de exames também cresceu de maneira significativa: 14,8%, em relação ao mesmo período de 2021. No total, foram realizados mais de 715 milhões de exames no SUS. A alta mais expressiva foi em endoscopia (32,9%) e realização de exames de diagnóstico por teste rápido (31,1%).
Para os próximos meses, o cenário doméstico deve permanecer favorável para o setor, mas o internacional preocupa. “Além da retomada das atividades eletivas do SUS, os planos de saúde no Brasil totalizaram 50,2 milhões de beneficiários em setembro, um crescimento de 3,5% na comparação com o ano anterior. São 25,8% da população com acesso à infraestrutura oferecida pela rede que atende a saúde suplementar. Em contrapartida, a recessão global não está descartada, induzida por questões como a guerra da Rússia com a Ucrânia, a desaceleração da China, o aumento no custo de vida em vários países, causado por pressões inflacionárias persistentes e crescentes. Esses fatores podem influenciar no desempenho das importações e exportações de dispositivos médicos”, finaliza José Márcio Cerqueira Gomes.
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