Pacientes com dores crônicas em regiões abrangidas pela medula, a partir de agora, poderão contar com uma importante atualização da neuroestimulação – procedimento que visa bloquear os sinais de dor transmitidos ao cérebro. Inédito no Brasil, o cateter com nanotecnologia oferece grandes avanços do ponto de vista cirúrgico, sobretudo porque dispensa o implante do gerador no paciente.
“Com ele, é possível posicionar o cateter de forma percutânea, isto é, com uma punção na pele minimamente invasiva, e introduzir o eletrodo que fica em contato com a medula”, conta Dr. Marcelo Perocco, neurocirurgião especialista em coluna. Segundo ele, anteriormente era necessário realizar uma laminectomia (remoção de uma ou mais lâminas vertebrais).
Ao todo, mais de 4 mil procedimentos com a nova tecnologia já foram realizados. Entre os benefícios oferecidos, Perocco destaca os principais: redução de custo e tempo cirúrgico, menor tempo de exposição ao Raio-X e alta do paciente no mesmo dia.
“Não é necessário ter o neuroestimulador implantado no paciente. Mas, por meio de um aparelho externo, semelhante a um cinto, é realizado o estímulo ao cateter com ondas eletromagnéticas – processo semelhante que os carregadores sem fio de celulares já fazem”, explica o neurocirurgião.
Quando o neuroestimulador medular é indicado?
A neuroestimulação medular é um procedimento que visa tratar a dor crônica em casos que o paciente não obteve melhora em outros tratamentos. Ela é realizada por meio de eletrodos, que são implantados dentro da coluna, na membrana que cobre a medula espinhal.
O objetivo é realizar a ativação das vias supressoras da dor e o bloqueio eletrofisiológico que é enviado ao cérebro. Para saber se a dor é tratável por esse método, é necessário procurar um médico especializado em dor ou um neurocirurgião funcional para avaliação.