Outubro Rosa: terapia pode ser aliada na luta contra o câncer de mama

Mulheres com câncer de mama têm até 25% de chances de desenvolverem depressão, segundo um estudo do Observatório de Oncologia. A doença tem mais de 60 mil novos casos no país ao ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Milene Rosenthal, co-fundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental, aponta que o acompanhamento psicológico pode ter um papel importante no tratamento.

“Quadros depressivos podem dificultar a adaptação da paciente às rotinas de tratamento ou até mesmo, em casos mais severos, levá-las a abandonar esse tratamento. O acompanhamento profissional ajuda nesse aspecto e também traz alívio e orientação para lidar com a situação. Em alguns casos, a mulher pode precisar de ajuda até mesmo para explicar a doença aos familiares”, comenta a especialista.

Milene explica que os psicólogos inserem a resiliência como estratégia durante o acompanhamento terapêutico, trabalhando essa habilidade com o paciente e com a família, um recurso valioso no enfrentamento da patologia. “Sabemos o quanto é difícil lidar com o câncer de mama, mas há uma relação positiva entre resiliência e qualidade de vida das pacientes e ela pode trazer benefícios concretos para o tratamento”, aponta.

Além da dificuldade em lidar com a doença em si, outro aspecto que acaba mexendo com o psicológico das mulheres diagnosticadas é o impacto na autoestima. Dependendo do tratamento, a quimioterapia é necessária, causando queda de cabelo, e casos mais graves culminam na mastectomia – cirurgia para retirada das mamas. “Esses são grandes medos das mulheres. A questão estética, por mais que não ocupe um lugar prioritário na vida de uma mulher, está ligada à autoestima e pode causar danos psicológicos”, ressalta a psicóloga.

Milene frisa que não se deve deixar de lado a gravidade do diagnóstico, mas é importante trabalhar a mente para seguir em frente da melhor forma possível. “Um emocional forte pode contribuir para o tratamento e para a recuperação da paciente. Manter a rotina, respeitando as limitações, praticar atividades físicas e beneficiar-se do convívio com a família são outros complementos importantes”, finaliza.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.