“Não é possível que aqueles que não tenham condições socioeconômicas não tenham as mesmas oportunidades e insumos para controle do diabetes que as pessoas que têm maior poder financeiro”, constatou a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Hermelinda Pedrosa, durante Sessão Solene, em 1º de novembro, na Câmara dos Deputados. Presidida por Carmen Zanotto, abriu oficialmente a campanha mundial em prol da conscientização e educação a respeito da doença.
Novembro Diabetes Azul é uma iniciativa da International Diabetes Federation (IDF), que por meio do mote “Família e Diabetes” ressalta a importância do núcleo familiar no manejo da doença. Em sua fala de abertura, Zanotto comentou que durante todo o mês é fundamental que se faça um trabalho nacional e regional para levar informação sobre o tratamento e as complicações. “A partir da luta de anônimos, como pacientes e especialistas de diversas áreas que primam pelo cuidado da pessoa com diabetes, conseguimos avançar muito, como na cobrança por maior qualidade dos glicosímetros e por insulinas de ação rápida – esta que deve estar disponível a partir deste mês nas unidades de saúde de todo o Brasil”, anunciou.
Os números acerca do diabetes são expressivos: de acordo com a IDF, mais de 13 milhões de pessoas convivem com a doença no Brasil. Em todo o mundo, aproximadamente 4,5 milhões morrem anualmente. Andrew Bolton, presidente da IDF, alertou quo século 21 vive a mais grave epidemia que o mundo já presenciou. “É um problema seríssimo e é papel meu e da IDF chamar atenção para a urgência com que esse problema deve ser abordado, já que pode ser prevenido e tratado. Precisamos mobilizar frentes governamentais, como estamos fazendo aqui, para que se criem políticas públicas que barrem o crescimento do diabetes – além disso, devemos incentivar à prática de atividades físicas ainda na idade escolar, bem como a boa alimentação”, afirmou durante a Sessão Solene.
Jaime Davidson, representante da Associação Latinoamericana de Diabetes, lembrou que doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte na América Latina e, também, a principal complicação de diabetes. O presidente da Federação Nacional das Associações e Entidades de Diabetes (FENAD), Fadlo Fraige Filho, completou dizendo que AVC, trombose e infarto do miocárdio acontecem principalmente em pessoas com diabetes, com índices de 80% 60% e 45%, respectivamente.
“Precisamos de mais dados sobre a doença e suas complicações – sem duvidas, problemas decorrentes de diabetes são as maiores razões para internações, aposentadorias precoces e até mortes”, disse Fraige Filho.
Para Denise Franco, diretora da ADJ Diabetes Brasil, o caminho passa pelo apoio ao paciente, para que ele entenda o tratamento e os riscos que se expõe caso não controle o diabetes. “Acesso à medicação e à educação é imprescindível”, reforçou.
A campanha Novembro Diabetes Azul de 2018 marca a reinserção da data no Calendário da Saúde, do Ministério da Saúde, fruto de trabalho da SBD, da ANAD e da ADJ. “A luta pela melhor assistência à pessoa com diabetes é uma luta de todos nós”, destacou Hermelinda Pedrosa, presidente da SBD.