A indústria médica brasileira que integra o Brazilian Health Devices, projeto setorial executado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), participará da Medical Fair Asia com o intuito de explorar a região, garantindo maior inserção nos mercados locais repletos de boas oportunidades comerciais. Apontada como principal evento do sudeste asiático para as áreas médica e hospitalar, a feira será realizada entre 29 e 31 de agosto em Marina Bay Sands, Singapura, e receberá, pela primeira vez, o pavilhão brasileiro. Ao todo, o espaço contará com quatro empresas nacionais apresentando seus portfólios e inovações.
Com a demanda crescente na área de saúde impulsionada pelas taxas de crescimento da população e uma grande parte dos gastos provenientes do setor privado, o sudeste asiático reúne excelentes oportunidades para a indústria brasileira. “Temos boas chances de tornar nossa marca mais visível, construindo uma base de dados qualificada de potenciais clientes e estabelecendo parcerias estratégicas”, comenta Karina Yamamoto, coordenadora de promoção comercial da ABIMO.
Com experiência positiva na área de odontologia, a produção médica brasileira chega a Singapura consciente de que tem um portfólio atrativo para o mercado asiático. “Sabemos que nossos produtos e expertise são muito bem-vindos. Esperamos, com nossa primeira participação neste evento do setor médico, dar sequência a esse trabalho de inserção no mercado e desenvolvimento de novos negócios na região”, complementa Karina.
Trabalhando com a internacionalização da indústria nacional há mais de uma década, o Brazilian Health Devices tem experiência em analisar os principais pontos de dificuldade encontrados em cada mercado. No caso do sudeste asiático, a concorrência acirrada com a produção local concentrada em dispositivos de baixo custo é um deles. “Os produtos asiáticos são altamente competitivos em preço e custo, o que faz com que preservem mercado localmente e, também, ganhem espaço exportando para países como o Brasil”, comenta Rafael Cavalcante, coordenador de acesso a mercados da ABIMO.
Essa característica é justamente o que torna a nossa balança comercial deficitária. A variação das exportações e importações manteve-se estável nos últimos anos. Para Singapura, por exemplo, o Brasil ampliou em 44,6% o montante de exportações entre 2016 e 2017. Paralelamente, aumentou em 35,1% as importações do país.
Considerando toda a região envolvida na Medical Fair Asia, os produtos brasileiros que atendem ao setor médico-hospitalar e que consolidam o maior nível de competitividade internacional e a aceitação local são incubadoras para bebês, artigos e aparelhos de prótese, instrumentos para medicina e cirurgia, respiratórios de reanimação, bisturis elétricos e outros aparelhos de eletrodiagnóstico.
Expectativa da indústria – Empresas brasileiras que estarão pela primeira vez expondo na Medical Fair Asia confirmam estar com excelentes expectativas para essa missão em Singapura. Para a IBRAMED, que deverá apresentar sua linha de fisioterapia durante o evento, a intenção é explorar de forma mais aprofundada o mercado local. “Temos grande expectativa em conhecer melhor os compradores asiáticos e nosso foco está na Malásia e na Indonésia”, comenta Daniel Blanco Marques, do departamento de comércio exterior.
Focada em definir um novo rol de distribuidores e parceiros vindos, principalmente, do sudeste asiático, norte da África e Oceania, a IMPOL levará para Singapura lançamentos ortopédicos com foco em artroplastia de quadril e de joelho, além de evoluções de endopróteses tumorais. “Nossa indústria tem investido fortemente em maquinários de última geração, novas tecnologias, processos, projetos e regulação a fim de atender às maiores exigências dos mercados globais para suprir as demandas hospitalares com qualidade”, comenta Margarete Sasaki, da área de comércio exterior.
Em termos regulatórios, o acesso de produtos estrangeiros ao território asiático merece destaque. “Legalmente esses países não podem exigir certificações CE e FDA. Todavia, muitos deles têm processos próprios morosos e dispendiosos para registro de produtos. Além disso, muitos distribuidores chegam a exigir produtos com essas certificações norte-americanas e europeias”, declara Karina. Ao ultrapassar a barreira regulatória, quem acessa o mercado do sudeste asiático encontra uma demanda crescente na área de saúde graças ao aumento do poder aquisitivo, oriundo do considerável crescimento da economia local nos últimos anos.
A HPBio, que também fará sua primeira participação no evento, segue para a exposição a fim de apresentar seu cateter de pressão intracraniana. “Temos grande sucesso na Ásia e nosso objetivo é ganhar ainda mais mercado na região”, comenta Flavia Rodrigues Carvalho.
BRAZILIAN HEALTH DEVICES
O PS (Projeto Setorial) Brazilian Health Devices, executado pela ABIMO em parceria com a Apex-Brasil, tem como missão fomentar as exportações das indústrias de artigos e equipamentos da área da saúde. Brazilian Health Devices é a marca que reúne as indústrias exportadoras do setor e as representa internacionalmente.