Segundo a última POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 36,7%, o equivalente a 25,3 milhões de lares, estavam com algum grau de insegurança alimentar: leve (24%, ou 16,4 milhões), moderada (8,1%, ou 5,6 milhões) ou grave (4,6%, ou 3,1 milhões). A pesquisa demonstra que uma parcela da população brasileira tem déficits qualitativos e quantitativos em sua alimentação.
Para Renata Pires Dotto, coordenadora de cursos de especialização lato sensu da Unyleya, entre os maiores riscos que uma pessoa subnutrida, ou seja, que se apresenta insuficientemente desenvolvida por falta de alimentação adequada, pode correr está a deficiência de vitaminas como, por exemplo, a vitamina A, que causa problemas oculares, além da hipoglicemia, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos, infecções devido à redução da imunidade, e hipotermia.
É aí que entra o papel do nutricionista que tem como objetivo minimizar o impacto desses déficits na população e auxiliar no diagnóstico e tratamento das possíveis patologias. Entre os alimentos consumidos com mais frequência pelos brasileiros, de acordo com a pesquisa POF, está o café (78,1% da população consome), o arroz (76,1%) e o feijão (60%). Já o menos consumido foi o ovo, com total de 13,9%.
“Uma boa alimentação é aquela que fornece de maneira equilibrada, macronutrientes, que são as proteínas, carboidratos, lipídios e micronutrientes (vitaminas e minerais), mantendo nossa saúde em dia. O consumo de frutas e verduras também ajuda muito na ingestão dos micronutrientes”, relata Renata.
Ela explica que somente é possível diagnosticar um paciente anêmico ou subnutrido por meio de exames físicos e laboratoriais e que as doenças mais comuns são:
– Marasmo: acomete crianças menores de um ano e está associada com amamentação inadequada e utilização incorreta de fórmulas infantis. Ao exame físico a criança se apresenta magra com gordura subcutânea ausente, membros delgados devido à atrofia muscular e subcutânea, cabelos secos e finos, crescimento reduzido e infecções constantes.
– Kwashiorkor: Forma edematosa que acomete crianças menores de dois ou três anos cuja alimentação é interrompida precocemente ou é substituída por uma alimentação baseada em mingaus (ricos em carboidratos e pobres em proteínas), resultando em hipoalbuminemia, edema, alterações da pele dos membros inferiores e alterações nos cabelos, além de apresentar debilidade muscular. Taquicardia, hipoglicemia, infecções graves e distúrbios hidroeletrolíticos são comuns.
– Anemia: pode ser a ferropriva, que é a mais comum (deficiência de ferro), perniciosa, megaloblástica, entre outras. O tratamento começa com o diagnóstico correto da patologia, depois o foco deve ser ajuste do peso corporal e na educação nutricional, corrigindo as carências. Para isso, pode-se utilizar alguns suplementos que podem ser via oral ou endovenosa.
Já com relação à obesidade, assim como outras patologias, têm causa multifatorial e a mudança do estilo de vida nos últimos anos, influenciou no aumento de casos também. Um exemplo são as pessoas que caminham menos e ficam mais sentadas em suas atividades diárias. O IMC (índice de massa corporal, calculado através da divisão do peso em kg pela altura em metros elevada ao quadrado, kg/m²) é o cálculo mais usado para avaliação da adiposidade corporal, mas não deve ser usado de maneira isolada. Segundo a coordenadora, convenciona-se chamar de sobrepeso o IMC de 25 a 29,9 kg/m², obesidade o IMC maior ou igual a 30 kg/m² e de excesso de peso o IMC maior ou igual a 25 kg/m² – o que inclui a obesidade.
“Acredito que aos primeiros sinais de aumento de peso sem causa aparente é importante que se busque ajuda logo, pois toda patologia ou problema de saúde deve ser tratado e investigado logo no início, dessa forma evitamos complicações. A obesidade é uma doença que traz diversas consequências e precisa de tratamento”.
A mesma pesquisa Pesquisa de Orçamentos Familiares também mostra que a rede geral de esgotos está presente em menos da metade dos domicílios em insegurança moderada (47,8%) e grave (43,4%). Em ambos os casos, a existência de fossa não ligada à rede é bastante relevante (43%).
Renata explica que o problema da fome está associado também à segurança alimentar – qualidade e higiene dos alimentos de forma resumida, além do desemprego e altos impostos nos produtos de consumo, inclusive nos alimentos, portanto pessoas com poder aquisitivo menor irão optar por alimentos e bebidas com valores mais acessíveis e que geralmente são ricos em carboidratos, conhecidos também como “calorias vazias” e principalmente nesses casos, a educação nutricional ajudaria muito a população.
Entenda como está o mercado de trabalho para os profissionais da área de nutrição
O mercado de trabalho para esses profissionais está em plena expansão e hoje as pessoas priorizam muito a qualidade de vida, o que está intimamente ligado à alimentação e exercícios físicos. Além disso, a área da estética tem se destacado bastante e o nutricionista tem um papel importante na orientação de dietas e suplementação.
“A nutrição tem várias áreas de atuação como: clínica, hospitalar, docência, esportiva, estética, saúde pública, entre outras. Em nosso país temos centenas de faculdades e universidades que possuem a graduação em Nutrição como opção de curso. Na Unyleya, por exemplo, temos mais de 50 cursos de especialização nas diversas áreas de atuação. Eles estão distribuídos em áreas como: clínica, esportiva, docência, área de alimentos, saúde pública, materno infantil, hospitalar e gastronomia”, conta.
O profissional da área de nutrição pode atuar em locais como hospitais, clínicas, home care, empresas de alimentos, clubes de esportes, Unidades Básicas de Saúde, spas, universidades e consultório particular.
O salário está ligado diretamente à qualificação desse profissional e sua área de atuação. Restaurantes em média costumam absorver muito esses profissionais e sua média salarial pode girar em torno de R$ 3 mil, caso o nutricionista for empresário e abrir seu estabelecimento, o valor já fica bem maior, nas áreas como docência e abertura de consultório particular esse profissional pode ter um salário a partir de R$ 5 mil, lembrando que o salário varia com a cidade e estado desse profissional.
Para se destacar na profissão, é necessário ter ética, profissionalismo e dedicação, além de procurar estar sempre atualizado nos assuntos que são importantes.
Conheça os cursos de pós-graduação EAD na área de nutrição da Unyleya: unyleya.edu.br/pos-graduacao-ead/area/nutricao
Nutrição está entre as áreas da saúde que estão em alta, confira: blog.unyleya.edu.br/especialize-se/areas-da-saude-em-alta
Startup de nutrição cria plataforma de cursos livres para profissionais e estudantes da área
Com o objetivo de fomentar o crescimento e conhecimento dos profissionais de nutrição, a Dietbox, startup de nutrição, anuncia a criação de uma plataforma de cursos livres, o Dietbox Academy. Os cursos estão liberados e serão gratuitos nas primeiras semanas para o público geral.
Segundo o sócio-fundador da Dietbox, André Piegas, a startup visa ampliar suas soluções no segmento de nutrição com o objetivo de promover o fortalecimento de profissionais e estudantes da área. “Durante a pandemia, percebemos uma busca por especializações e cursos de capacitação, tanto em nichos do segmento, como também em conhecimentos gerais para expandir os negócios, como marketing, redes sociais e outros conteúdos que possam diferenciar o profissional”, observa Piegas.
“Foi dessa necessidade percebida que decidimos investir em uma plataforma que oferece suporte para a carreira desses profissionais, nos tornando um software ainda mais completo e visando uma entrega 360º para nossos assinantes”, completa.
A plataforma Dietbox Academy conta com cursos de instituições e nutricionistas parceiros, como a Faculdade IPGS – Ensino Superior em Saúde, além de conteúdos excluídos criados pela própria Dietbox. O público também terá acesso a materiais complementares como e-books, lâminas, lives e artigos científicos.
A versão de lançamento estará disponível para qualquer usuário por algumas semanas. Posteriormente, o acesso será destinado a assinantes do Dietbox. Mas, futuramente, a empresa avalia uma disposição independente ao software, com uma assinatura somente para o Academy.
Informações: academy.dietbox.me