O projeto Paciente Seguro, que busca a implementação dos protocolos focados na segurança do paciente em hospitais públicos, deu início à terceira etapa de visitas presenciais a 18 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) em seis estados do país. Além do diagnóstico inicial, a iniciativa promove oficinas práticas e treinamentos às equipes, incentivando a integração entre as unidades da instituição na realização de práticas de segurança do paciente.
Iniciadas na primeira semana de julho deste ano, as visitas presenciais são coordenadas pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Nesta etapa, serão avaliadas as práticas de segurança do paciente em hospitais públicos e filantrópicos nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Rondônia e Sergipe, levando em consideração unidades críticas, emergências, farmácias e blocos cirúrgicos. Após a apuração das práticas, serão executadas ações voltadas às necessidades e individualidades de cada instituição.
As equipes de campo iniciaram o acompanhamento destes hospitais em junho e, durante 12 meses, permanecerão monitorando estas instituições. Todas as metodologias aplicadas pelo projeto serão testadas e monitoradas, contando com o envolvimento dos profissionais de saúde dos hospitais participantes desde o início da intervenção. Dentre os protocolos estabelecidos, destacam-se atividades de higienização das mãos, cirurgia segura e prevenção de quedas, além de metas de comunicação e atenção aos núcleos de segurança do paciente estabelecidos pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para a Dra. Monica Mazzurana, médica e diretora do Hospital Guilherme Álvaro, hospital que fez parte do grupo entre 2019 e 2020, em Santos (SP), a participação da iniciativa é motivadora para o desenvolvimento das equipes de assistência. “O projeto Paciente Seguro entrega aquilo que se propõe: mais segurança aos pacientes no SUS. Além disso, acredito que os ganhos das equipes são muito relevantes à medida em que possibilitam o desenvolvimento das pessoas, fortalecendo o trabalho disciplinar e de times integrados, que valorizam os profissionais que atuam na assistência direta do paciente”, afirma.
Já a chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Regional da Asa Norte (DF), hospital que integrou o projeto entre 2016 e 2020, Janine Araújo Montefusco, compartilha que sua experiência foi fundamental para seu desenvolvimento profissional. “Foi um grande aprendizado. O envolvimento das pessoas nessa cultura em que todos ensinam e aprendem nos uniu. Hoje, focamos naquilo que somos capazes de fazer, e somos capazes de pôr em prática, com excelência, muitos métodos e ações para o cuidado de nossos pacientes, inclusive no SUS. Me enxergo como uma profissional mais preparada graças à iniciativa do PROADI-SUS”, diz.
Projeto Paciente Seguro
O projeto Paciente Seguro faz parte das iniciativas do PROADI-SUS que utilizam o Modelo de Melhoria junto a projetos como o Qualiti Hospitalar e Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil. A iniciativa está em seu terceiro triênio, tendo trabalhado com 15 hospitais na primeira etapa e 60 na segunda. A terceira fase prevê atuação em 36 instituições, que serão divididas em dois ciclos.
A iniciativa visa, ainda, trazer funcionalidade e integração entre as equipes do hospital, estabelecendo, assim, melhores práticas no cuidado da segurança do paciente. Além das visitas, os profissionais são capacitados por outras frentes, como os 11 cursos em módulo EAD gratuitos, disponíveis no site edX – Moinhos de Vento (hospitalmoinhos.org.br), para profissionais da saúde de todo o Brasil.
De acordo com a coordenadora da iniciativa, Daniela Cristina dos Santos, o Paciente Seguro tem um impacto direto no desfecho de pacientes internados. “As equipes têm altas expectativas a respeito do projeto, graças ao sucesso que tivemos nas etapas anteriores. Todas as práticas estudadas e aplicadas visam a melhoria no atendimento do paciente, evitando situações indesejáveis, como as quedas e lesões nos hospitais. A aplicação do Modelo de Melhoria pode ser usada em diversas áreas das instituições e é essa a nossa intenção: que essa internalização das melhores práticas perdure, melhorando os indicadores assistenciais de processo e de resultado”.
Para o novo triênio, a expectativa é que se aumente o envolvimento das secretarias estaduais de saúde, e dos hospitais impactados pela pandemia. “Esperamos um maior envolvimento das Secretarias Estaduais de Saúde, uma vez que as capacitações na metodologia utilizada e em segurança do paciente são ofertadas também para esses profissionais. Além disso, iremos dar enfoque aos protocolos de segurança dos pacientes em hospitais que podem ter sofrido impacto nas práticas de segurança do paciente devido à pandemia de Covid-19”, conclui.
Para mais informações sobre o projeto, acesse hospitais.proadi-sus.org.br/projetos/77/paciente-seguro