Há pouco mais de um ano desde a chegada da Covid-19 no país, a tomografia computadorizada do tórax consagrou-se como principal método de imagem para avaliação da gravidade do acometimento pulmonar, proporcionado pela contaminação do Sars-CoV-2. Em abril de 2020, pouco depois da pandemia ter se instalado, a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) – gestora de serviços de diagnóstico por imagem da rede pública -, registrou 4.083 casos com padrão típico da doença através da realização do exame. Em março de 2021, a Instituição registrou número recorde, considerando o acometimento de pulmões apontado em tomografias computadorizadas, totalizando 8.254 novos casos, o que representa um aumento de 102%.
Segundo dados levantados pelo sistema automatizado da FIDI, no ano passado, após um período crítico de 5-6 mil casos mensais, a situação começou a amenizar por volta de agosto, mas voltou a agravar em dezembro, quando as tomografias computadorizadas apontaram 3.329 novos casos. A partir de então, esse número vem crescendo e em março deste ano atingiu seu ápice desde o início da pandemia, mais do que duplicando a quantidade referente ao mês anterior, de 3.492 casos.
“O problema maior está quando os exames apontam mais de 50% da área dos pulmões acometida pelo Coronavírus, já que indica maior gravidade e maior risco de necessidade de cuidados intensivos”, pontua Igor Santos, médico radiologista e superintendente de Inovação da FIDI. Este cenário também não é muito otimista atualmente. Apenas nos últimos quatro meses (Dez-Mar), foram registrados 4.419 novos casos com acometimento dos pulmões maior a 50%.
Estudos apontam que se a lesão pulmonar for muito agressiva, principalmente quando acima de 50%, ela pode deixar marcas como cicatrizes, o que causa uma disfunção ou endurecimento pulmonar, e pode diminuir a capacidade respiratória. “Quanto maior o acometimento dos pulmões, maior o risco de doença grave e, consequentemente, de sequelas que podem vir a ser graves”, esclarece.
Por isso, Dr. Igor ressalta que mesmo após um ano de pandemia no país, as medidas de segurança e prevenção contra a Covid-19 continuam sendo de extrema importância. “É essencial evitar aglomerações e ficar em casa sempre que possível, além de não deixar de lado o uso constante da máscara e do álcool em gel.”