Entre os dias 20 e 22 de outubro, o Einstein promoverá, de forma híbrida, a segunda edição do Simpósio Internacional Einstein de Medicina de Precisão. O encontro, que é voltado para profissionais da área da saúde, como médicos, biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, biólogos, pesquisadores e estudantes, contará com um time de especialistas do Einstein e do City Of Hope, um dos mais relevantes centros independentes do mundo no estudo e tratamento do câncer, além de renomados palestrantes internacionais.
A medicina de precisão é uma abordagem emergente para a promoção da saúde e aprimoramento do modelo assistencial, que leva em consideração a variabilidade dos genes de cada pessoa. A partir dessa ferramenta, o médico é capaz de atuar por meio da predição (avaliação de riscos genéticos), prevenção (diagnóstico precoce por meio de rastreamento genético) e personalização (adequação do tratamento para o indivíduo). Referência em medicina de precisão, o Einstein oferece testes de sequenciamento genético que podem ser aliados para a predição de doenças.
Já no campo das terapias avançadas, os progressos nas terapias celulares e gênicas têm o potencial de transformar a medicina, pois permitem o tratamento da causa da doença, inclusive a descoberta de tratamentos para aquelas não havia disponíveis. Nessa esfera, o hospital tem três projetos de pesquisas financiadas pelo PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde).
Um deles é um ensaio clínico de fase I/II com células natural killer (NK) expandidas para o tratamento de leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer do sangue e da medula óssea em que há um excesso de glóbulos brancos imaturos. As leucemias, considerando todos os tipos, atingem 11.800 brasileiros por ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer).
Outra pesquisa em andamento envolve o desenvolvimento de células CAR-T para o tratamento de neoplasias B malignas. O estudo terá como foco o tratamento de pacientes com linfomas de células B e leucemias linfocíticas agudas ou crônicas B, em casos de reaparecimento da doença ou em situações de resistência ao tratamento padrão. A incidência de linfoma dobrou nos últimos anos no país e chega a cerca de 10 mil casos.
O terceiro estudo faz uso de linfócitos para combater a infecção causada pelo citomegalovírus (CMV) em pacientes imunodeprimidos. O CMV é um vírus do grupo herpes, que pode ter reativada sua replicação nas situações de redução da imunidade como, por exemplo, em indivíduos transplantados. Nesses pacientes, o CMV pode colaborar para o desencadeamento de problemas maiores do que aqueles observados nos indivíduos imunocompetentes, cujo organismo é capaz de combater patógenos e parasitas.
Além destes estudos, serão discutidas no Simpósio iniciativas já em andamento do uso de terapias avançadas em ortopedia, neonatologia, oftalmologia, entre outros.
“Compartilhar conhecimento sobre o assunto é fundamental para que a prática seja difundida, e esse é o objetivo das discussões nos três dias de evento que passarão por temas como a relevância e aplicação da genética em oncologia, a medicina de precisão em hemato-oncologia e como inovar em prática clínica e analítica”, destaca José Mauro Kutner, médico hematologista e um dos responsáveis pelas pesquisas de terapias avançadas no Einstein.