Na última década, houve uma grande evolução dos tratamentos na área da oncologia. Quando falamos em câncer de pulmão, por exemplo, em apenas 10 anos, a expectativa de sobrevida global passou de 8 a 80 meses. Para os profissionais que atuam na área, a medicina de precisão foi um dos fatores que mais contribuíram para esse grande salto. As inovações na área foram debatidas por especialistas durante o Lung Cancer Review, promovido pela plataforma de educação médica MDHealth.
“Inicialmente, os tumores pulmonares eram tratados sempre com quimioterapia. Hoje existe um teste de mutação que ajuda a entender qual é o melhor tratamento para aquele determinado paciente. De acordo com as alterações genéticas encontradas nos resultados, é possível trabalhar com tratamentos menos invasivos, como a imunoterapia”, explica Dr. Marcelo Corassa, oncologista clínico e pesquisador do A.C. Camargo Cancer Center.
O câncer de pulmão é considerado o tumor mais letal do mundo, com cerca de 1,8 milhão de casos fatais por ano – sendo 30 mil só no Brasil. “É sabido que fumantes têm mais chances de desenvolver esse tipo de câncer, mas hoje sabemos que também existem casos de mutações genéticas e inclusive casos relacionados à hereditariedade”, destaca o especialista.
Para ele, a medicina de precisão é um dos fatores que têm contribuído para aumento da sobrevida dos pacientes e para que vivam com mais bem-estar. “O conhecimento é uma ferramenta poderosa. Com o apoio da tecnologia, conseguimos obter informações para personalizar o tratamento. Os benefícios ficam claros quando observamos um aumento de sobrevida de oito meses para mais de seis anos e o mais importante, uma vida com qualidade e bem-estar”, ressalta Dr. Corassa.