O Dia Mundial de Combate ao Câncer, instituído em 4 de fevereiro, é uma iniciativa global estabelecida pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o propósito de conscientizar e discutir ações contra o avanço da doença, que atualmente mata mais de sete milhões de pessoas por ano em todo planeta. Embora represente um número alarmante de pacientes acometidos e, consequentemente, casos fatais, o avanço da biotecnologia tem contribuído cada vez mais para a reversão deste cenário, tanto para a população, quanto para a comunidade médica e científica, nessa escalada para a descoberta de tratamentos assertivos.
Detecção precoce
Quanto antes diagnosticado, maiores são as chances de tratamento e cura. Sabe-se, há alguns anos, que esta é uma das premissas básicas na luta contra o câncer. Por isso, a importância da medicina preventiva, dos exames anuais de rotina para homens e mulheres, iniciativas sempre reforçadas nas ações de campanhas específicas como o Outubro Rosa, para o câncer de mama, e o Novembro Azul, para o câncer de próstata. Porém, com a evolução da biotecnologia nas últimas décadas, mais do que encontrar um tumor em fase inicial, é possível descobrir, por meio de testes genéticos, a pré-disposição para desenvolvê-lo futuramente.
“Os exames genômicos tumorais, devido à sua alta precisão, permitem que pessoas com histórico familiar de câncer ou que já tenham tido câncer anteriormente, detectem mutações genéticas que poderão levar ao surgimento de novos tumores. Com isso, é possível que os médicos adotem medidas profiláticas, como a retirada das mamas em mulheres que têm propensão a este tipo de câncer, ou ainda, dependendo do tipo de câncer, fazer um acompanhamento com exames de sangue, de imagem e avaliações constantes desses pacientes”, destaca Allan Richard Gomes Munford, Gerente Regional LATAM de Marketing para Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, multinacional alemã, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares que apresenta, entre suas soluções, o QIAseq Targeted DNA Panels, um kit de reagentes utilizados para a preparação das amostras a serem sequenciadas.
Para realizar esse rastreamento, são feitas análises dos genes BRCA1 e BRCA2, que estão relacionados a alguns tipos de câncer como o de mama, de ovário e de próstata hereditários. O teste genético permite verificar mutações nesses genes, que poderão causar o desenvolvimento da doença. Com uma simples amostra de sangue ou saliva, é possível realizá-lo e, sob orientação médica, direcionar as medidas que mais se aplicam para o paciente que apresentar um diagnóstico positivo. Esses testes já estão disponíveis e são cobertos pelos planos de saúde para pacientes que apresentem histórico familiar do câncer.
Longevidade para casos avançados
A expectativa de vida dos pacientes em estágio avançado de câncer, quando não há mais chances de cura, depende de diversos fatores, além de seu estado geral de saúde. Um deles é a detecção, acompanhamento e controle das metástases, ou surgimento de novos tumores. Nesse sentido, a tecnologia aplicada aos diagnósticos moleculares tem permitido identificar mutações genéticas, especialmente as do gene PIK3CA, que estão diretamente associadas ao crescimento dos tumores, à resistência ao tratamento endócrino e a um mau prognóstico geral. Uma vez detectada a mutação, é possível iniciar um tratamento com medicamentos combinados, sob os princípios ativos capazes de inibir as proteínas relacionadas à rápida progressão da doença.
Entre os testes genéticos disponíveis para encontrar essas mutações, os que apresentam metodologia RT-PCR são mais rápidos, sensíveis e precisos, o que tem favorecido tratamentos cada vez mais precoces. De acordo com Munford, soluções como o therascreen PIK3CA RGQ PCR Kit, da QIAGEN, são capazes de detectar 11 mutações do gene PIK3CA, por PCR, em tempo real, contribuindo para o aumento da longevidade em casos irreversíveis.
“O trabalho contínuo da ciência tem auxiliado em descobertas cada vez mais inovadoras, pensando no bem-estar e na expectativa de vida dos seres humanos. Para as pessoas que enfrentam quadros avançados de câncer, cada dia de vida, cada instante a mais que podem ficar com seus entes, importa. Por isso, seguimos trabalhando em inovações que permitam isso e além, nosso objetivo é chegar à cura, independentemente do estágio em que o paciente se encontra. Foram mais de 20 anos de pesquisa até aqui, para que pudéssemos relacionar o papel desse gene com as mutações metastáticas”, conclui o executivo.