Tendência dos Medical Office Building chega ao Brasil com foco na desospitalização

Muito conhecido nos Estados Unidos, os MOBs (Medical Office Building) chegam ao Brasil, seguindo uma forte tendência da desospitalização. As novas construções devem transformar o cenário da área de saúde nos próximos anos, onde clínicas e consultórios médicos deixarão de ser locais em que os pacientes vão apenas quando estão doentes.

De acordo com o livro The Guide to the Future of Medicine (O Guia para o Futuro da Medicina), os estabelecimentos médicos se transformarão em locais onde os pacientes irão para garantir que estão no caminho certo para prevenção de doenças e promoção da saúde. É neste cenário que surgem os MOBs, locais onde o tratamento preventivo da saúde acontece em um local que reúne diversas especialidades médicas. Mais do que isso, este modelo de negócio facilita a jornada dos pacientes, dos médicos e demais colaboradores, com serviços e conveniências reunidos no mesmo prédio totalmente projetado para este fim.

No Brasil, esses empreendimentos estão chegando ao Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e também tomam força em outros estados. Em Curitiba (PR), o Eco Medical Center será inaugurado ainda em 2022, com investimento aproximado de R$ 120 milhões. O complexo médico terá área de 20 mil metros quadrados e vai reunir mais de 30 especialidades médicas, além da realização de exames e cirurgias de média e baixa complexidade.

O projeto do Eco Medical Center foi desenvolvido pelo engenheiro civil e PhD em Healthcare Management e CEO da BIOENG Projetos, Norton Mello. A empresa é responsável por outros onze projetos arquitetônicos nesse novo modelo para diversas incorporadoras no Brasil. Dentre as vantagens dos MOBs, Mello aponta a humanização dos ambientes para pacientes e colaboradores, além da maior interação entre os médicos de especialidades complementares.

Experiência do usuário

Uma das premissas aplicadas pela Bioeng no Eco Medical Center, é a oportunidade de uma experiência humanizada e a transformação do espaço de saúde em um lugar de prevenção e cuidados, no lugar de tratamento. “O termo paciente significa uma pessoa que espera, ou seja, alguém que necessita de tratamento médico e apenas aguarda as orientações do médico. Nosso objetivo com o Eco é que os pacientes se tornem pessoas que buscam cuidar de sua saúde”, avalia Norton.

Por este motivo, a estrutura ofertada será voltada para o bem-estar das pessoas, com áreas de descompressão, praças, integração com a área externa e conveniência. “De acordo com o World Green Building Council, a natureza implementada na estrutura dos estabelecimentos médicos reduz 22% a necessidade de remédios para dor, e acelera em 15% o tempo de recuperação dos pacientes”, completa Mello. Ele explica que a bioengenharia foi aplicada para trazer maior conexão dos ambientes às emoções dos usuários. “Aplicamos o Healing Garden (jardim terapêutico), onde, mais que espaços verdes, há a preocupação de trazer elementos naturais que possam beneficiar a recuperação da saúde e bem-estar dos usuários”.

O edifício do Eco tem nove pavimentos e quatro subsolos com 350 vagas de estacionamento. No andar térreo, conta ainda com um mall com 15 operações, como restaurante, cafeteria, serviços e conveniências. Tudo projetado de acordo com as normas da Anvisa.

Cada andar terá acessibilidade total, elevador panorâmico, depósito de material de limpeza, abrigo de resíduos, área de TI individualizada, vestiário e banheiro para colaboradores. “A existência desses espaços comuns permite que os consultórios e clínicas sejam projetados para desempenhar maior performance com o melhor aproveitamento do espaço”, conta o engenheiro.

Para o CEO Patrick Gil, o modelo baseado nos MOBs é tão inovador e promissor que o Eco Medical Center já tem expansão prevista para outras cidades do Paraná e também nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Ecossistema de saúde

Idealizado em 2012, o Eco Medical Center tem um modelo de gestão único 100% voltado para a locação de espaços de saúde. “Foi a maneira que encontramos de garantir o melhor mix de especialidades para atender os pacientes”, comenta o CEO Patrick Gil. O modelo é o mesmo aplicado no Hospital IPO, referência na capital paranaense em otorrinolaringologia e pertencente ao grupo de investidores do Eco.

Os profissionais que atuarem no Eco terão à disposição toda a estrutura administrativa compartilhada (secretárias, limpeza, sistema operacional, aplicativo personalizado, financeiro), além de outros serviços que poderão ser adquiridos pay per use, como lavanderia, contabilidade, seguro, marketing, entre outros.

Segundo Patrick Gil, o Eco Medical Center terá capacidade para atender até 7 mil pacientes/dia e a expectativa é reunir cerca de 600 profissionais altamente qualificados, entre médicos e equipe de apoio da área da saúde.

Redação

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