Cresce os problemas com as disfunções da tireoide no Brasil, que podem trazer vários desequilíbrios à saúde, afinal, a tireoide é responsável por regular diversas funções do nosso organismo. Durante o XVI Congresso Internacional de Nutrição Funcional, o Nutricionista Dr. Guilherme Schweitzer falará sobre o tema.
A tireoide é uma glândula e responsável por sintetizar dois hormônios: a triodotironina (T3) e a tiroxina (T4). De acordo com o Dr. Guilherme, “o mal funcionamento dessa glândula é o que chamamos de disfunções na tireoide. No entanto, o que temos visto nos últimos anos é que a ação dos hormônios tireoidianos nos tecidos periféricos também pode estar comprometida. Isso muda paradigmas sobre o tratamento da saúde tireoidiana, pois paramos de enxergar somente a glândula e enxergamos o organismo como um todo. Os desequilíbrios gerados são múltiplos, tendo em vista que os hormônios tireoidianos têm ação em todo o organismo. Estamos falando de constipação, fadiga e letargia, queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, maior sensibilidade ao frio, etc”.
Causas das Disfunções Tireoidianas, o papel a Nutrição Funcional e alimentação saudável
Para o Dr. Guilherme, os fatores ambientais estão muito relacionados. A má alimentação, o sedentarismo, o estresse do dia a dia e a má higiene do sono tem participado de maneira importante. O ganho de peso progressivo que temos observado na população também é um fator prejudicial para a saúde tireoidiana.
A nutrição funcional é um recurso muito valioso a partir do momento que pensamos que a tireoide demanda nutrientes para funcionar de forma ótima. Ela também demanda um contexto metabólico saudável, o que podemos alcançar por meio dos princípios da nutrição funcional. Com um pensamento bioquímico e fisiológico, o alimento é o veículo para os nutrientes que precisamos no cotidiano. É por meio deste veículo que conseguimos nutrir o corpo, bem como suas estruturas individuais. Aqui, incluímos a tireoide.
A importância de alguns nutrientes
De modo geral, uma alimentação saudável é favorável a saúde tireoidiana, mas alguns nutrientes ganham destaque. O selênio (presente nas castanhas do Brasil), o iodo (presente em algas, peixes e derivados lácteos), o zinco (presente em carnes, castanhas e sementes), o ferro (presente em carnes vermelhas, leguminosas e folhosos verdes-escuros) e a vitamina A e seus carotenoides precursores (presentes na gema do ovo, na batata-doce, na cenoura, abóbora, mamão e goiaba) e magnésio. Nutrientes como Vitamina D, Coenzima Q10, Inositol e Vitaminas do complexo B possuem ação relevante também.
Avaliação nutricional individualizada é o mais adequado
De maneira generalista, não há necessidade de exclusão de nenhum alimento quando o assunto é saúde tireoidiana. O que devemos estar atentos é com a individualidade biológica dos nossos pacientes. Um exemplo disso é o glúten. Se existe uma sensibilidade não celíaca ao glúten, sua remoção da dieta pode ser benéfica ao eixo tireoidiano. Se existe sensibilidade a proteína do leite, ou até mesmo um processo alérgico mais evidente, a remoção desses alimentos trará benefícios. Outro ponto que devemos nos atentar está relacionado aos exageros. Exageros no consumo de chás (especialmente o chá verde), suplementação não supervisionada em altas dosagens (especial atenção com extratos fitoterápicos e compostos bioativos) e o consumo regular de embutidos ricos em nitritos e nitratos devem estar no nosso radar.
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
O hipotireoidismo é uma condição clínica de baixa produção de hormônios tireoidianos, de modo que estes tornam-se insuficientes para manter as ações fisiológicas da tireoide. Sintomas como fadiga e letargia, sensibilidade exacerbada ao frio, queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, constipação e declínio cognitivo são alguns exemplos.
O hipertireoidismo é a situação oposta, em que a produção de hormônios tireoidianos está aumentada, exacerbando suas ações no organismo. Sintomas como taquicardia, tremores, picos de ansiedade, perda de peso progressiva, exoftalmia (projeção do globo ocular) e aumento em diurese são alguns exemplos.
O papel dos nutrientes no processo de ativação dos hormônios tireoidianos, a relevância do ambiente na função tireoidiana (sedentarismo, estresse, má higiene do sono, exposição a poluentes ambientais, etc.), correlação entre dieta e doença de Hashimoto, são aspectos relevantes”, finaliza o Nutricionista.
Nutrição além das células na evolução humana
No contexto do tema central do Congresso, a Nutrição na Era dos 5 S, que trará uma reflexão profunda sobre a saúde nos cenários da Saúde Física, Saúde Emocional, Saúde Espiritual, Saúde Social e Saúde do Solo e que considera o ser humano como algo integral, não apenas dentro do próprio corpo, mas tudo que está ao seu redor e o seu ambiente, neste contexto a Nutricionista Dra. Natália Marques irá apresentar o ser humano como um componente da Natureza, recebendo influência, que tem uma relação direta com este meio, como um sistema aberto que troca energia com esse meio da qual ele é parte e desta maneira, dependendo da qualidade deste ambiente o indivíduo pode ter uma vitalidade positiva ou não dentro da química do ser humano. “Passarei por todos os 5 S para mostrar de fato de como o ser humano está integrado com o ambiente, lembrando que não existe ambiente certo assim como não existe doença errada, mas sim desequilíbrios, desafios e fortalezas dentro de cada um de nós, de acordo com o ambiente que estamos em consonância ou não naquele momento”.
O ser humano está dentro de um sistema complexo, enquanto microcosmo interage com tudo que está ao ser redor, ou seja, o com o macrocosmo. Sempre que falamos de Nutrição, falamos de química, porém essa química ela só tem vitalidade e funcionamento de acordo com o ambiente que estamos inseridos, daí surge uma temática nova que é o Expossoma Humano, o conjunto de todas as influências que recebemos, mesmo antes de sermos o corpo físico, no intraútero ,considerando o histórico dos pais, nossa árvore genealógica tanto de maneira química quanto energética, o que a gente passa de geração a geração que vai realmente além da química em si, mas que impacta diretamente nessa nossa genética e nessa constituição enquanto seres humanos na faixa etária em que nós nos encontramos neste momento. Então a nutrição de fato precisa alcançar que nós somos algo além da química da célula, que essa química só funciona dentro de um quadro que envolve a frequência energética, conceito de física, conceitos ambientais, inclusive”.
PS: Sobre Expossoma a Dra. Natália Marques fará palestra específica com o tema voltado ao esporte no dia 16/09, das 8h às 8h40, “O expossoma aplicado a Nutrição Esportiva”, na Sala de Nutrição Esportiva Funcional
Um olhar para a origem dos alimentos, muito além dos nutrientes
É importante que continuemos a observar a origem dos alimentos, considerando a parte dos nutrientes em si, mas também como ele compõe a sua estrutura energética, como por exemplo porque um alimento colhido da árvore pode me trazer uma reverberação energética muito mais constante e salutar do que quando penso em um alimentos processados e assim vamos escalonando para o alimento ultraprocessado, que basicamente não me traz nada em termos de nutriente e de frequência energética.
A importância das práticas integrativas e o Conceito de Salutogênese
Outro elemento importante que devermos incorporar na Nutrição, são as práticas integrativas. “Muitas vezes para que consigamos transformar as nossas fraquezas em fortalezas, precisamos fazer uma viagem dentro do nosso ciclo de vida, do nosso histórico familiar para que consigamos adquirir bagagem para esse fortalecimento acontecer para que ermos meios de transformar o nosso e status, criar Salutogênese. Salutogênesse é um outro conceito que irei abordar que se refere às razões para a criação da saúde, e essas razões são individualizadas, não consigo pensar em dois seres humanos iguais, não apenas na sua genética, mas sim toda sua composição de ciclo de vida, de estória e árvore genealógica”, destaca Natália Marques.
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