No sábado (20) o Hospital Icaraí recebeu o médico suíço Philippe Monnier, um dos nomes mais respeitados do mundo em cirurgias de via aérea pediátrica.
O especialista veio participar de um caso complexo de Cirurgia de Reconstrução Laringotraqueal de uma criança de cinco anos de idade, tendo à frente o Dr. Paulo Pires de Mello e o grupo Aeroped-RJ, formado por equipe médica especializada em Via Aérea Pediátrica.
A estenose congênita de laringe é uma doença complexa, mas curável. Ela se caracteriza por malformações no crescimento das estruturas da laringe. A patologia costuma ser comum em prematuros que já nascem com “chiado” e dificuldade respiratória.
“O paciente já nasceu com essa doença e, durante o período neonatal, ele foi traqueostomizado antes dos seus 30 dias de vida. Em novembro de 2018, ele foi operado pela nossa equipe do Hospital Icaraí. Foi uma cirurgia conhecida como Laringotraqueal com Enxerto de Costela, cirurgia em que a costela é usada para aumentar o diâmetro da via aérea e permitir que o médico retire a cânula de traqueostomia”, explica Dr. Paulo.
Segundo o especialista, essa cirurgia não foi suficiente na ocasião para que conseguissem retirar a cânula e, com a pandemia, uma nova intervenção cirúrgica teve que ser adiada.
“Agora tivemos a oportunidade de trazer o Dr. Philippe Monnier, renomado professor suíço que viaja o mundo todo ministrando cursos sobre Cirurgia Construtora da Via Aérea. O médico já sabia do caso da criança por vídeo e optou por nos auxiliar através de um procedimento diferente do feito anteriormente”, explica o Dr. Paulo.
Nessa cirurgia, Philippe realizou uma reconstrução laringotraqueal mantendo a cânula e, desse modo, a criança precisará ficar com o molde dentro da laringe por pelo menos seis a oito semanas antes da retirada.
Esse procedimento trará qualidade de vida ao paciente que, futuramente, poderá falar, respirar e viver sem sequelas.
“Após esse período de espera, o molde será retirado endoscopicamente da boca para tentar, mais uma vez, retirar a cânula. A cirurgia foi um sucesso e, agora, o paciente está no CTI apenas aguardando esse momento.”