Biomm firma primeiro contrato com Ministério da Saúde para fornecimento de anticoagulante para o SUS

A biofarmacêutica brasileira Biomm, pioneira em medicamentos biotecnológicos no país, acaba de assinar o primeiro contrato com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 368 mil seringas do biossimilar Ghemaxan, que tem como princípio ativo a enoxaparina sódica, para a rede pública de saúde.

O contrato visa amplificar o acesso ao cuidado em saúde em todo o Brasil e contemplará gestantes classificadas com fatores de risco para o desenvolvimento da trombose, como trombofilia, gestação acima dos 40 anos de idade, varizes, gravidez gemelar e obesidade.

Este primeiro contrato faz parte da licitação que a companhia venceu para fornecer 75%, ou seja, 2,3 milhões de seringas, do volume demandado de anticoagulante pelo Ministério da Saúde para a concretização de uma gestação saudável.

“Esta parceria permite expandir o acesso de mulheres à profilaxia e tratamento seguro e eficaz durante o período gestacional e, consequentemente, contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde pelo potencial aumento do acesso ao tratamento”, explica Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.

A entrega das 368 mil seringas ocorrerá em setembro. O restante será fornecido de acordo com a assinatura dos demais contratos, contemplados pela licitação, cujas datas se encontram em fase de definição. O biomedicamento será distribuído nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. O volume total a ser fornecido tem potencial de beneficiar até 13 mil mulheres, com base na bula do biossimilar e na literatura médica.

Trombose na gravidez

A gravidez é um fator de risco para o desenvolvimento de quadros tromboembólicos. Durante a gestação ocorrem alterações de algumas proteínas da coagulação levando a um estado de hipercoagulabilidade (risco de formação excessiva de coágulos sanguíneos) que pode facilitar a ocorrência de trombose, acidente vascular cerebral (AVC) ou embolia pulmonar.

De acordo com o cirurgião vascular e endovascular Eduardo Ramacciotti, professor da Loyola University Chicago (EUA), a enoxaparina sódica é um anticoagulante seguro e que tem como vantagem a maior facilidade de administração. “O biomedicamento favorece a adesão ao tratamento por não exigir ajuste recorrente de doses, além de permitir que as pacientes façam o uso domiciliar”, afirma o especialista.

O Ghemaxan® é o biossimilar de enoxoparina sódica para profilaxia e tratamento da trombose venosa profunda e da embolia pulmonar, da angina instável (dor recorrente no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco) e de casos de infarto agudo do miocárdio. O biomedicamento é produzido na Itália pela Chemi SpA do Grupo Italfarmaco, e aprovado pelo órgão regulador americano Food and Drug Administration (FDA) e pela ANVISA.

Na Europa, o Ghemaxan® já foi aprovado na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega, Portugal, Reino Unido e Romênia a partir de 2018. O medicamento foi aprovado pela Biomm no Brasil em novembro de 2020 e já é utilizado em centros de saúde de referência no país.

Redação

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