Entre junho de 2021 e julho deste ano, a venda de medicamentos para tratamentos oncológicos no Brasil cresceu, em média, 32% de acordo com um levantamento realizado pela consultoria InterPlayers e divulgado esta semana.
Segundo o estudo, os Estados que lideram esta alta são, Distrito Federal, com 135% e Espírito Santo, com 64%. Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também registraram altas, 31% e 19% respectivamente. Já os Estados de São Paulo e Ceará foram na contramão registrando queda na aquisição dos medicamentos de 2% e 15%.
Para o médico urologista e gerente médico do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Walter Henriques da Costa, umas das razões para este crescimento é o represamento de procedimentos por conta da pandemia de Covid-19. “Esses números chamam muito a atenção e expõem mais uma triste consequência que a pandemia de Covid-19 nos trouxe. Nos últimos dois anos, observamos uma diminuição do número de consultas preventivas e exames diagnósticos em decorrência da insegurança e do receio dos pacientes em procurar um serviço de saúde a fim de realizar estes procedimentos”. Costa ainda acrescenta que, além de uma demanda represada de diagnósticos oncológicos que agora se expõe claramente, observamos também tumores sendo diagnosticados em estágios mais avançados, o que compromete o sucesso do tratamento e o trona mais complexo.
Durante o primeiro pico da pandemia, em 2020, clínicas e hospitais públicos e privados foram obrigados a suspender ou, até mesmo, cancelar consultas e exames que atrasaram o diagnóstico de novos casos, causando um represamento na assistência.
Estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2020 e 2022, aproximadamente 625mil novos casos serão diagnosticados no Brasil. Depois do câncer de pele não melanoma, que representa cerca de 177 mil novos casos, os mais incidentes serão, o câncer de mama e de próstata com 66 mil casos cada, câncer de cólon e reto, com 41 mil, pulmão com 30 mil casos e estômago com 21 mil.
Durante toda a pandemia de Covid-19, o A.C.Camargo Câncer Center manteve as portas abertas para todos os pacientes oncológicos e não suspendeu nenhum procedimento. Com protocolos de segurança do paciente reforçado e um time assistencial comprometido o hospital manteve sua operação e dobrou seus esforços para reduzir o máximo possível o gargalo gerado pela pandemia no acesso ao tratamento oncológico no Brasil.