Na contramão do cenário nacional, que registrou aumento nos índices da dengue em 2022, o município de Manaus apresentou redução de 70% no número de casos confirmados da doença no ano passado. O controle da dengue na capital amazonense é resultado de uma série de ações ao longo do ano, que vão do mapeamento de regiões com maior risco de infestação até visitas domiciliares para conscientizar população.
Segundo dados fornecidos pelo Ministério de Saúde, 1.016 pessoas morreram por dengue no Brasil em 2022. Foi o maior número de mortes pela doença nos últimos 10 anos. Os casos de contaminação também foram elevados, com 1,4 milhão de notificações, representando um aumento de 162,5% em relação a 2021.
A prevalência da doença foi alta em cidades de todas as regiões do país. As maiores incidências ocorreram em Brasília (DF), com 70,6 mil casos; Goiânia (GO), com 56,5 mil; Joinville (SC), com 56 mil, e Araraquara (SP), com 21 mil casos.
Já em Manaus, os números foram na direção oposta. Por meio de estratégicas públicas, a cidade teve uma incidência de apenas 1.153 casos em 2022 – número 70% inferior aos 3.808 casos confirmados em 2021, de acordo com dados apresentados pelos órgãos municipais de saúde.
Estratégias escolhidas – De acordo com os órgãos de saúde do município, a atuação principal foi escolher ações que impedissem a proliferação do Aedes aegypti. Dessa forma, a prefeitura investiu em mobilizações educativas para compartilhar a responsabilidade com a sociedade.
“As ações foram realizadas de forma estratégica. Para isso, foram realizados dois mapeamentos que identificaram os bairros com maior risco de infestação. A partir dos resultados, agentes comunitários da prefeitura atuaram em força-tarefa para identificar, eliminar e tratar os criadouros do mosquito”, destaca o prefeito de Manaus, David Almeida.
Durante as visitas, o trabalho também foi realizado por meio da conscientização popular, com explicações dos cuidados a serem tomados para conter a proliferação do mosquito, e, por consequência, a incidência da doença. A ação contou, ainda, com distribuição em massa de cartilhas com orientações rápidas de como evitar espaços favoráveis para crescimento do Aedes aegypti.
Desafio do clima amazônico foi superado – A região amazônica comumente sofre com alto número de casos de dengue nos períodos chuvosos. O calor e a umidade na região tornam o ambiente favorável para os mosquitos, agravando, também, o índice de casos para outras doenças como chikungunya e zika vírus.
Mesmo com o clima desfavorável para o combate às doenças sazonais, Manaus alcançou resultados positivos em todas elas. Além da dengue, as ações foram responsáveis pela queda no número de notificações para chikungunya – 175 em 2021 e 142 em 2022 – e para os casos de zyka, que registrou queda de 24%.
