Cateterismo no joelho: saiba mais sobre técnica minimamente invasiva que vem beneficiando pacientes com artrose

Conhecido popularmente como um procedimento cardíaco, o cateterismo também tem espaço em outras especialidades, como na ortopedia, e pode beneficiar os mais de 15 milhões de brasileiros acometidos por artrose¹.

Testada inicialmente para o tratamento de tendinites e doença articular do ombro no Japão, em 2013 e 2014, a técnica consiste na introdução de um fino cateter (tubo plástico especial) em uma artéria do joelho, a partir da punção de uma artéria da virilha. Este cateter permite que o médico injete pequenas partículas que irão ocluir a circulação anormal na articulação, diminuindo o processo inflamatório da artrose e melhorando a qualidade de vida do paciente.

No Einstein, o procedimento minimamente invasivo tem se mostrado muito efetivo na melhora da dor e da função articular, diminuindo a rigidez dos pacientes. A intervenção é feita em regime ambulatorial e o paciente tem alta após 6 horas.

“Sem opção de cura, a embolização das artérias do joelho é um dos mais recentes avanços na terapêutica da população acometida pela artrose, já que os medicamentos comumente utilizados agem principalmente no controle da dor e melhora da função da articulação, com alguma ação no retardo da progressão da doença, porém nem sempre conseguem controlar o processo inflamatório – chamado de sinovite -, fenômeno no qual a embolização é mais efetiva”, explica Leonardo Valle, radiologista intervencionista do Einstein.

De acordo com Márcia Uchoa Rezende, ortopedista especialista em joelho e doenças osteometabólicas da organização, a técnica adia a necessidade de cirurgia para colocação de prótese em pacientes de alto risco cirúrgico (devido à idade avançada ou à presença de outras doenças), naqueles que não querem ser operados e em indivíduos muito jovens, já que a colocação da prótese nessa faixa etária tende a demandar revisão futura do implante, devido ao tempo de uso. Além disso, a embolização pode ainda tratar inflamações persistentes após a cirurgia de colocação de prótese (artroplastia).

A artrose no joelho, também conhecida como osteoartrite, é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo, resultado do processo de desgaste das cartilagens que envolvem essa articulação do corpo. Responsável pela ocorrência de dor aguda ou crônica, é considerada incapacitante, sendo causa de 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Com maior incidência em pacientes acima dos 50 anos, sobretudo mulheres, tem como fatores de risco: diabetes, obesidade e sobrepeso, falta de fortalecimento da musculatura do joelho e prática de atividade física de alto impacto sem acompanhamento especializado.

Em uma população com mais de 20% de obesos e quase 50% de sedentários (que não realizam nenhum tipo de fortalecimento osteomuscular), conforme dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, o incentivo a prevenção no Brasil também se faz necessário.

“Recomenda-se o controle do peso e do diabetes, além da prática de exercício vigiado (com acompanhamento de profissionais de educação física ou fisioterapeutas) e adoção de uma dieta não inflamatória, com baixa ingestão de embutidos e alimentos ricos em gordura e açúcar”, orientam os médicos.

Além dos casos de artrose no joelho, podem ser tratados com essa técnica micro invasiva a artrose do quadril e de mão, a síndrome do ombro congelado, a tendinite patelar e de Aquiles, a epicondilite lateral ou “cotovelo de tenista”, entre outros quadros de doenças osteomusculares.

Referências:

¹ Ministério da Saúde

Redação

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